“…A genderização das profissões, segundo os discursos, tende a funcionar como barreira na ascensão da carreira para as mulheres, ou seja, existe uma espécie de "teto de vidro", pelo facto de as barreiras se demonstrarem invisíveis (Wirth, 2001;Nogueira, 2004). Essa noção do "teto de vidro" torna clara a ligação entre barreiras profissionais, características do perfil da mulher e a noção doméstica da mulher, acabando por inferiorizar o seu estatuto na relação com posições laborais de topo associadas a maiores salários e mais responsabilidades nas organizações (Figueiredo & Botelho, 2013). A mulher "simplesmente" tem de trabalhar mais para atingir os mesmos objetivos dos homens (Nogueira, 2006), lutar contra as expectativas sociais (Eagly & Karau, 2002), correndo sempre o risco de não ser propriamente mulher (masculinização do sucesso) (García-Retamero & López-Zafra, 2006): ".…”