Decomposição de partes vegetativas de eucalipto (Eucalyptus grandis) submetidas a extratos de diferentes solos

Abstract

O eucalipto é uma planta que apresenta efeitos alelopáticos, interferindo no desenvolvimento das plantas, na atividade microbiológica do solo e, consequentemente, no seu processo de decomposição. Este trabalho teve como objetivo, verificar os efeitos de extratos aquosos de diferentes solos no processo de decomposição de folhas e casca do caule de eucalipto. O experimento foi realizado no Laboratório de Ecologia do UnilesteMG em Coronel Fabriciano, Minas Gerais. As folhas e as cascas foram trituradas e adicionados extratos aquosos de diferentes solos (solos de cultura de eucalipto, milho, mandioca, capineira, solo orgânico e solo argiloso de barranco). A decomposição permaneceu durante 90 dias, com as coletas sendo realizadas a cada 15 dias. Com o peso seco dos materiais vegetais foi realizada a análise de regressão da decomposição. Constatou-se que as folhas de eucalipto se decompuseram mais rapidamente que a casca sob influência de todos os extratos aquosos, com exceção do extrato de solo cultivado com milho. Sob influência de praticamente todos os extratos, a quantidade final de casca decomposta foi semelhante. O extrato de solo cultivado com milho induziu o processo de decomposição dos materiais do eucalipto de forma mais lenta. Este fato pode ser explicado pelos efeitos inibitórios do eucalipto no desenvolvimento de alguns microrganismos deste solo, reduzindo com isso a velocidade de decomposição.

Compostos secundários durante a decomposição foliar de espécies arbóreas em um riacho do sul do Brasil

“…Estas substâncias regulam a atividade da fauna microbiana durante o processo de degradação, pelo seu caráter inibidor (Käinulainen & Holopainen 2002;Silva & Costa 2004). O ácido tânico, óleos, fenóis, furfural, ácido acético e compostos aromáticos dificultam o desenvolvimento do micélio de fungos hifomicetos, os quais são os principais responsáveis pelas etapas iniciais da decomposição foliar (Graça et al 2002), além de serem muito comuns em material vegetal em decomposição (Carvalho et al 2005).…”

“…ácido palmítico. Silva & Costa (2004) citam que as folhas de espécies do gênero Eucalyptus são muito complexas quimicamente, podendo ser esta uma das explicações para o elevado número de compostos identificados pela análise comatográfica. Eucalyptus grandis apresentou um cromatograma caracterizado, principalmente, pela presença de ácido palmítico (Tab.…”

Expansão e impactos socioambientais da cultura de Eucalyptus spp. (Myrtaceae) no Brasil: um panorama da literatura

“…A ocorrência de compostos alelopáticos, principalmente nas folhas, é outro ponto preocupante. Esses compostos prejudicam o desenvolvimento de outras plantas e dificultam o processo de decomposição microbiológica dos resíduos (Silva et al, 2004). As folhas de eucalipto dispersas na serapilheira, durante o período de chuvas, são levadas para rios e lagoas através da lixiviação, e, entrando em contato com o ambiente aquático, liberam constituintes químicos, como os do óleo essencial.…”

Evaluation of the chemical composition of aquatic environments with leaf litter decomposition of Eucalyptus urophylla S.T. Blake (Myrtaceae) and their toxicity in Allium cepa L. (Amaryllidaceae)

“…Among the environmental concerns is the planting of Eucalyptus species close to rivers, dams, etc. This concern is due to the presence of allelopathic compounds, mainly in the leaves, which impair the development of other plants and hinder the process of microbiological decomposition of the residues (Silva &Costa 2004).…”