“…Essa proposta vai se apresentar como retrocesso inconstitucional e possibilitará a deflagração da onda de indexação de recursos financeiros ao número de candidatas lançadas, como se comenta adiante. Nota-se, aqui, o apego à proposta inicial de formação de massa crítica feminina em número da década de 1970 do século passado, sem rendição à pósmodernidade(DAHLERUP, 1999).Desde dezembro de 2015, sob relatoria da Senadora Simone Tebet, que já exarou voto pela aprovação, essa PEC se encontra pronta para ser levada à pauta, mas sofre de letargia compreensível num universo de maioria masculina sem compromisso com a democracia paritária.A despeito do vigor legal acerca da cota de gênero para o registro de candidatas desde 1995, somente vinte anos depois é que a jurisprudência fixou a possibilidade de se apurar seu simulacro como fraude, por meio de ações judiciais eleitorais.Com esse salto epistemológico se inaugurou a quarta onda no direito político da mulher, com o reconhecimento do iter procedimental, a cargo do judiciário, para a defesa das cotas de gênero.Fala-se aqui de duas decisões tomadas no Tribunal Superior Eleitoral que admitiram a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo -AIME e a Ação de Investigação Judicial Eleitoral -AIJE como aptas a apurar abuso do poder político, econômico e fraude na violação das cotas.A primeira a decisão, em 04 de agosto de 2015, foi prolatada no Recurso Eleitoral Especial nº 1-49.2013.6.18.0024, reconhecendo que: (...) 2. O conceito da fraude, para fins de cabimento da ação de impugnação de mandato eletivo (art.…”