“…Boa parte de suas construções neste momento (sugestões, ideias e percepções), como as águas do mar, são fugidias e temporárias, pois são originárias daquele momento e do encontro com aquela pessoa singular. Elas podem lhe escapar entre os dedos caso tente se apropriar delas a fim de situá-las na condição de existente, com os sérios riscos de reificação e substancialização típicas das teorias modernas (Brito & Pesce, 2015). Contudo, elas consistem em momentos fundamentais das relações humanas e da própria construção do saber, o que traz à tona a necessidade de que sejam qualificadas de alguma forma, como por meio dos hipoícones que, caso sejam respeitados em suas lógicas, ao invés de absorvidos em outros signos, serão devidamente situados na relação com os demais processos (Jappy, 2013;Neubern, 2016a): permanecerão como fundamento diáfano, sutil, fugidio, presente e potencial que permitem a emergência de outras formas semióticas mais complexas e concretas.…”