Um dos mais importantes aspectos da sustentabilidade de um ambiente constitui a dimensão cultural do seu povo; entretanto, ao longo dos estudos realizados sobre as condições de vida nos assentamentos rurais, observa-se que essa perspectiva permanece obscura na política de reforma agrária e negligenciada na experiência vivida nesses espaços. Neste artigo que tem por objetivo formular uma metodologia de indicadores culturais orientada aos projetos de reforma agrária, apresentam-se os resultados verificados em três assentamentos rurais situados em Teresina-PI. Metodologicamente, empregou-se pesquisa documental junto aos órgãos gestores e pesquisa de campo, por meio de observação direta, com registros em diário de campo e entrevistas não-diretivas com líderes das associações de assentados e os habitantes mais antigos, a fim de reconstituir a história dos assentamentos; bem como a aplicação de questionários às famílias assentadas, para obtenção dos dados para cálculo dos referidos indicadores. Os resultados da pesquisa apontam convergências em relação à forma como a cultura camponesa se expressa, ao tempo em que sinalizam a ausência da participação do poder público por meio de políticas de incentivo à realização de atividades e ao consumo cultural, direcionadas ao meio rural.