Da decodificação à construção de sentido: concepções de leitura subjacentes aos livros didáticos de língua portuguesa e adotados pela secretaria de educação do estado de Pernambuco (1979-2012)

Abstract

Durante décadas, o ensino da leitura teve como foco práticas mecânicas de Decodificação. O ensino dessa competência linguística, com base nesse norte, concedia primazia à reprodução mecânica de conteúdos e informações. Essa posição esteve presente nos livros didáticos. Nos anos 80, aparece uma vasta quantidade mudanças nas práticas pedagógicas do ensino de Língua Portuguesa. Rompe-se, assim, com tendências mecanicistas e tecnicistas. Com isso, surge uma nova concepção de leitura como construção de sentido, acompanhada de novos enfoques e estratégias de ensino. Esses novos paradigmas têm sido adotados pelos mais recentes Livros Didáticos de Língua Portuguesa. Este trabalho tem como objetivo verificar quais são as concepções de leitura subjacentes aos Livros Didáticos de Língua Portuguesa adotados pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (1979-2012). Decorrente disso, pretende-se: a) verificar quais as concepções de linguagem subjacentes a esses manuais didáticos; b) verificar o tratamento dado à leitura e à diversidade textual.

Concepções de linguagem subjacentes ao trabalho pedagógico do ensino da produção de texto: um olhar histórico

“…Nas rotinas educacionais, o trabalho pedagógico do ensino da produção de texto deve estar assentado na sistematização. Para Silva & Luna (2016), o ensino da produção textual requer planejamento. Segundo Leal & Melo (2007), sob o prisma da concepção de linguagem sociointeracional, o trabalho pedagógico do ensino da produção de texto deve viabilizar a efetivação de situações de escrita extraescolares, envolvendo a variedade de gêneros discursivos disseminados nas práticas do dia a dia.…”

“…Os docentes estavam incumbidos de apresentar estruturas frasais e textos previamente elaborados, bem como apresentar técnicas que viabilizassem a escrita de textos. O foco dessa roupagem de ensino da escrita recaía, portanto, sobre o reconhecimento da organização estrutural das sequências tipológicas.Sob o lastro da concepção de linguagem como instrumento de comunicação, o trabalho pedagógico do ensino da escrita tem como base a imitação de modelos textuais padronizados Silva & Luna (2016). asseveram que, a partir dos anos de 1970, o ensino da produção escrita primou pela reprodução de formas e sentidos, alavancando a efetivação de ações focadas na imitação de discursos postos anteriormente.…”

Untitled

“…O exercício da memorização era o fio condutor da aquisição dos comportamentos verbais (orais e escritos) almejado pelo sistema educacional da época. Barbosa & Souza (2006), Bezerra (2010), Perfeito (2007), Silva & Luna (2013) e Soares (1998) postulam que a concepção de linguagem como expressão do pensamento supracitada esteve subjacente aos sistemas educacionais brasileiros, às propostas curriculares, às rotinas educacionais e aos materiais didáticos até o início dos anos de 1960. Sob essa ótica, os gêneros da esfera literária adquiriram o patamar de modelo textual adequado a viabilizar a efetivação do trabalho pedagógico.…”

“…Sob o lastro da concepção de linguagem como instrumento de comunicação, o trabalho pedagógico do ensino da escrita tem como base a imitação de modelos textuais padronizados. Silva & Luna (2016) asseveram que, a partir dos anos de 1970, o ensino da produção escrita primou pela reprodução de formas e sentidos, alavancando a efetivação de ações focadas na imitação de discursos postos anteriormente. Dessa forma, a produção escrita pautava-se em estimular o alunado a simplesmente parafrasear, repetir e reproduzir enunciados produzidos anteriormente.…”

“…Nas rotinas educacionais, o trabalho pedagógico do ensino da produção de texto deve estar assentado na sistematização. Para Silva & Luna (2016), o ensino da produção textual requer planejamento.…”