A cisticercose encefálica constitue um problema médico muito sério nos países da América Latina pela sua alta incidência.Os cisticercos instalam-se no sistema nervoso central e aí podem permanecer durante muitos anos, mantendo para sua sobrevivência um intercâmbio danoso para o seu hospedeiro. Os estudos de Trelles e col. 42 sobre a estrutura íntima da membrana vesicular mostram que o parasito exerce uma atividade esfoliativa sobre o tecido nervoso ao mesmo tempo que descarrega produtos de seu metabolismo. Localizando-se no parênquima nervoso ou nas leptomeninges o parasito determina reações locais sob a forma de meningencefalite crônica, com destruição do elemento neuronal do córtex cerebral, e reações à distância, sob a forma de meningite crônica, mais freqüentemente localizada na base do encéfalo, acarretando com o correr do tempo bloqueio à movimentação do líquido cefalorraquiano (LCR).No primeiro caso, o quadro clínico manifesta-se por convulsões epileptiformes e ou decadência mental global progressiva; no segundo caso predomina a síndrome de hipertensão intracraniana. Entretanto, a sintomatologia pode ser muito variada de modo a sugerir diagnósticos neurológicos e psiquiátricos diversos.O prognóstico da neurocisticercose é mau na grande maioria dos casos. Até o presente momento não existe um tratamento para ela, de modo que somente se pode auxiliar estes pacientes fazendo a assistência com medicação sintomática, para aliviar os seus padecimentos. Por este motivo é necessário que seja planejado um programa de profilaxia comum para toda a América Latina afim de exterminar esta doença e proteger a próxima geração.