Resumo -O objetivo desse estudo foi o de caracterizar as limitações nutricionais para a produção de matéria seca do maxixe-do-reino, Cyclanthera pedata (L.) Schrad. Foram realizados dois cultivos sucessivos, em vasos de 3 dm 3 de solo. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em treze tratamentos, com três repetições. Os tratamentos foram baseados na técnica do elemento faltante (em que se omite a calagem e cada um dos macronutrientes e micronutrientes). A produção de matéria seca da parte aérea e raiz foi reduzida pela acidez do solo e baixa disponibilidade de macronutrientes, principalmente P, Ca, Mg e S; as plantas foram pouco afetadas pela baixa disponibilidade de micronutrientes.Termos para indexação: Cyclanthera pedata, adubação, hortaliça não convencional.
Mineral nutrition of Cyclanthera pedataAbstract -The objective of this work was to characterize the nutritional limitations for dry matter production of Cyclanthera pedata (L.) Schrad. Two successive cultivations were conducted in 3 dm 3 pots with soil. The experimental design was totally randomized with 13 treatments and three replications. Treatments were based on the missing element technique (with omission of liming and each one of the macro and micronutrients). Cyclanthera pedata plants have their dry matter production reduced by soil acidity and low macronutrients availability, mainly P, Ca, Mg and S, and were little affected by low micronutrients availability.Index terms: fertilizer application, no conventional vegetable crops.O maxixe-peruano, Cyclanthera pedata (L) Schrad., é uma hortaliça-fruto originária da América do Sul. Pode ser encontrado, cultivado ou em condição subespontânea, em diversos países (Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Argentina e Peru); sua ocorrência, na forma cultivada, sobressai-se no Peru onde é uma cultura de significativo valor econômico. Há registros de seu cultivo, ainda, na Itália e no México, e neste último, além dos frutos, os brotos são utilizados como alimento (Lima & Costa, 1997).No Brasil, os pequenos agricultores comercializam seus frutos em pequena escala, em nível local. Os frutos são consumidos recheados ou cozidos, em ensopados à base de carnes, ao molho, e também ao forno. Seu sabor se assemelha ao do aspargo e pouco se conhece sobre suas propriedades nutritivas (Klien et al., 1989). A planta também é conhecida por suas propriedades medicinais purgativas, e seu sabor amargo pode estar relacionado com a presença de compostos fenólicos. A espécie tem ação antiinflamatória, hipoglicemiante e redutora do nível de colesterol (Tommasi, 1996). O fruto apresenta diversidade de nomes, dependendo da região onde é encontrado, como boga-boga, em Tabatinga, município amazonense, cayo, em municípios de Rio Branco e Sena Madureira e, na literatura, é nomeada, às vezes, como taiuá-de-comer, chuchu-devento, chuchu-paulista, chuchu-do-reino, pepino-de-comer, pepino-do-ar e maxixe-do-reino, entre outras denominações (Lima & Costa, 1997).O maxixe-do-reino, da família Cucurbitaceae, é tipico de clima tropica...