As literaturas africanas de língua portuguesa são complexas, revestem-se de nuances baseadas nas culturas e tradições que carregam a identidade sociocultural dos povos originários. A literatura se constrói na base da arte da oralitura, que é a base da transmissão das regras de ser e de estar em sociedade. A pesquisa tem como objetivo geral compreender a historiografia feminina da literatura guineense no período póscolonial. Especificamente, a pesquisa descreve o processo de colonização e resistência da África; diferencia a literatura colonial da literatura africana; e caracteriza a literatura guineense enfatizando a escritora feminista Odete Semedo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho descritivo, baseada em materiais já publicados sobre a temática. Assim, os dados coletados foram organizados e definidos com base nas teorias estudadas. Da pesquisa se concluiu que as literaturas africanas de língua portuguesa surgiram a partir da década de 40, em perspectiva anticolonialista e identitária. No período pós-colonial, na Guiné-Bissau, despontou a figura da Maria Odete da Costa Soares Semedo, feminista, política, poetisa, romancista que teve grande contribuição na poesia tradicionalista que parte da oratura para a literatura. Há marcas permanentes das tradições, da cultura, com o uso do crioulo como uma língua que se cruza com a língua portuguesa, que é a língua da redação dos textos. Para além disso, há presença forte do feminismo, que afirma a identidade guineense.