O presente artigo traz uma reflexão sobre a geossociabilidade e os processos de resistência e agência da mulher na sociedade contemporânea, a partir de uma análise ancorada na comédia romântica norte-americana da década de 1990, Uma linda mulher, como referência empírica do pensamento coletivo, como propõe Geertz (1976) e Híkiji (1998). Considerando as interseções Gênero, Classe e Identidade, os resultados revelam que elementos do dispositivo sociocultural, como o sistema de moda, os processos de estigmatização identitária, objetificação feminina e o imaginário romântico, a princípio, parecem contribuir para a construção de um lugar social desprivilegiado para as mulheres, tanto na obra de ficção, quanto nas práticas cotidianas. Entretanto, como evidenciado na obra, a oposição da personagem feminina às diversas formas de abusos do poder fez emergir a sua potência e a sua participação como sujeito nas relações de poder, demonstrando resistência e agência aos limites impostos pela ordem social, ampliando a sua geossociabilidade, ressignificando práticas socioculturais discriminatórias e a sua vida.