“…A discussão da barbárie social remete à análise do particularismo enquanto construção ideológico-moral (hegemônica) do capital no processo de subjetivação fetichizado. Como modo de operação da coisificação, o particularismo gera o regime do neoconformismo moral, fazendo com que indivíduos "com o ego enfraquecido" (MARCUSE, 1998) se rendam às políticas identitárias (ZHOK, 2022), à ideologia do "politicamente correto" e à sacralização das vítimas (FRIEDMAN, 2018). Contudo, há uma situação histórica que explica a dominância do particularismo e da subjetivação fetichizada no capitalismo neoliberal: a crise e a reestruturação capitalista a partir da década de 1970, a verdadeira ofensiva do capital na produção e reprodução social (a organização do trabalho e novas tecnologias), o enfraquecimento das instituições de defesa da classe (partidos e sindicatos) ou instâncias de produção da "consciência necessária" de classe, e a derrota do movimento operário e a crise da ideologia socialista e das representações coletivas.…”