Objetivou-se investigar o perfil sociodemográfico de usuárias da Atenção Primária em Saúde no contexto da violência doméstica contra a mulher. Trata-se de uma pesquisa do tipo aplicada, de base populacional, de corte transversal e natureza quantitativa, desenvolvida em 52 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da capital do estado da Paraíba, Brasil. A amostra foi constituída por 563 mulheres. Foram utilizados os seguintes critérios de elegibilidade: mulheres a partir de 18 anos de idade que buscaram atendimento nas UBS’s durante o período da coleta de dados e concordaram em participar do estudo. Para a análise dos dados quantitativos, foi utilizada a estatística descritiva e inferencial, bem como o modelo de regressão logística binária. Nos resultados, destaca-se que entre as participantes da pesquisa, 240 mulheres (42,6%) afirmaram ter sido vítimas de violência doméstica, prevalecendo a faixa etária entre 25 e 29 anos (17,5%), ensino médio completo (38,8%), raça parda (42,5%), mulher cisgênero (99,6%), heterossexual (93,8%), solteira (39,6%), com filhos (82,1%) e renda familiar entre 1 e 2 salários-mínimos (62,1%). Ademais, os resultados do modelo de regressão logística mostraram evidência, ao nível de 95%, que as variáveis referentes a situação conjugal separada/divorciada e a presença de filhos podem contribuir para potencializar a vulnerabilidade da mulher em relação a ocorrência da violência doméstica. Conclui-se que a violência doméstica, tecida em relações patriarcais não atinge as mulheres de maneira uniforme, havendo condições socioeconômicas que as colocam em situação de vulnerabilidade. Por isso, é importante compreender estes determinantes para que políticas públicas sejam traçadas considerando estas condições, focadas para a prevenção, o cuidado e o empoderamento das mulheres nesse contexto.