Crise, Emprego E Renda Na Indústria Automotiva: Os Casos Do Sul Fluminense, Camaçari E Grande Abc Paulista Em Perspectiva Comparada

Abstract

Resumo À luz das recentes ondas de investimento estrangeiro da indústria automobilística brasileira, a partir da década de 1990, este artigo analisa a trajetória de emprego e renda no setor automotivo, diante das crises econômica de 2008 e política dos últimos anos, observando comportamentos em três casos, em perspectiva comparada − o Grande ABC Paulista, a região tradicional; o vale do Paraíba fluminense e Camaçari (BA), as novas regiões −, tomando a cadeia produtiva como escopo e os clusters como unidade analítica. A hipótese testada é de que os primeiros impactos críticos atingem os setores menos qualificados e os empregos do “chão de fábrica”. O que se percebe é que em cada região resulta um comportamento distinto, sendo a região tradicional a que mais se comporta de acordo com a hipótese, e as novas regiões apresentando comportamentos discrepantes.

Mapping the Accidents and Unsafe Conditions of Workers in the Automotive Sector

“…Among some hypotheses that may justify this scenario are the economic variations suffered by the country because of the impacts of the global crisis in 2008 added to the political crisis in Brazil in 2014 (Dulci, 2021), especially in the period between 2014 and 2017, in which GDP per capita fell by approximately 9% (Barbosa Filho, 2017). In 2015, the automotive production shrank, reaching the same level as in 2006, which directly affected jobs with the closure of about 10.2% of jobs nationwide (ANFAVEA, 2022).…”

La pérdida de valor de la industria automotora ABC Paulista

“…De manera análoga, en el empleo de la industria automotora en el Estado de São Paulo, São Bernardo do Campo se mantuvo en 1ª posición, con el 14,8% del total en 2017. Pero, esta ciudad y las demás del ABC perdieron participación e importancia relativa, en comparación con los inicios de la década de 2000 y 2010 (SEADE, 2019b), pasando de 75 mil en 2007 a 46 mil en 2017 (Dulci, 2021). Como afirman Althuon y Landi (2020), São Bernardo do Campo y São Caetano do Sul fueron los municipios más afectados por la pérdida de trabajadores del sector automotor en el estado, perdiendo la mitad de su fuerza de trabajo en esa década.…”

Contestações Discursivas Dos Trabalhadores À Produção Flexível Em Montadoras No Sul Fluminense De 2016 a 2018

“…Predomina historicamente, no ambiente da guerra fiscal, a ausência de política integrada para desenvolvimento efetivo e contínuo nas regiões anfitriãs que coincide com a facilitação institucional para as reestruturações da força de trabalho (MOTIM, 2007;CAIADO e PENKAL, 2007). Governos O papel histórico do Rio de Janeiro nas primeiras guerras fiscais e privilégios mantidos no sul fluminense caracterizaram a influência das montadoras na retórica comunicacional das prefeituras, além do lobby institucionalizado na formulação de políticas públicas locais dada a disputa pelos investimentos externos (DULCI, 2021;CASOTTI e GOLDENSTEIN, 2008;REIS, 2021). O nível de análise referente ao papel das prefeituras e secretarias municipais de desenvolvimento no sul fluminense constitui importante locus da dimensão do discurso da rede de produção automotiva.…”

“…interesses confrontados e mudam estratégias com intuito de dominar os nós institucionais e definir aspectos fiscais e do trabalho(DULCI, 2021;SANTOS, 2021).A produção flexível constitui um fenômeno complexo e formado por camadas que velam contestações dos trabalhadores. Outros estudos sobre discurso das multinacionais, como o de Levy, Alvesson e Willmott (2003), usam metáforas como máscaras, que distorcem as reais relações de poder para criar novas oportunidades de legitimar formas de discurso gerencial do setor privado.…”

“…distribuem o jogo do livre mercado em barganhas assimétricas com fábricas desterritorializadas, e que em anos recentes migram velozmente para regiões com maiores vantagens(BEZERRA, 2017;DULCI, 2018).Essa condição de anarquia das negociações carrega, segundo Prado e Cavalcanti (2000), ideia de compensação para estados mais atrasados que se subordinam às imposições do capital em um plano de industrialização ainda deficitário (DULCI, 2021). A propaganda do governo endossa assim investimentos externos sem que atores políticos promulguem antes as reformas estruturantes em tributação, ganho tecnológico e distribuição de renda.…”