Criança vítima de violência sexual - Recortes de um caso atendido na Abordagem Centrada na Pessoa

Abstract

O abuso sexual infantil integra o complexo fenômeno da violência. Ao serviço de proteção social, PAEFI, é destinado a acolher e assistir as famílias que tiveram suas crianças acometidas por esta violência, embora não haja diretrizes ou normativas específicas para o profissional de psicologia atuar nestes casos. O presente estudo traz recortes de um caso de uma criança vítima de violência sexual atendida pelo Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos; descreve e discute um modo de atuação profissional em psicologia, segundo os pressupostos da Abordagem Centrada na Pessoa. Conclui-se sobre a importância de um modo de atuação possível em ambiente institucional, além do consultório; sugere a proposta intervenção que acredita genuinamente na capacidade de crescimento pessoal da criança vitimada, com possibilidades de tendência atualizante, na medida em que o terapeuta atue como facilitador.

Child and adolescent victims of sexual violence: aspects of physical and emotional development

“…It should be noted that, when a multidisciplinary team acts based on the naturalization of violence, this attitude can interfere with its power to exercise empathic understanding, pointed out by SI as elementary for interactions (27) , influencing the restoration of victims' self-esteem and feeling of security (24,26,(39)(40) . A study reveals that Portuguese health professionals do not blame SV on adolescent victims' behavior and do not blame them for abusive acts perpetrated by offenders (41) .…”

“…A study reveals that Portuguese health professionals do not blame SV on adolescent victims' behavior and do not blame them for abusive acts perpetrated by offenders (41) . Therefore, such attitudes can collaborate to favor the establishment of a relationship of professional-patient trust (28,(39)(40) , as it supports the interaction between those involved, especially in the care of children and adolescents, allowing continuity of care, so necessary for the humanized care of victims of SV (22)(23)(24)(39)(40)(41) . In this regard, Mead (27) explains that, depending on the meaning attributed to experiences of violence, individuals feel empathy or antipathy, which justifies behaviors and attitudes towards the situations experienced.…”

“…As observed in this study, it is feasible to say that conditions attributed to victims, such as innocence and emotional immaturity, when converging for children and adolescents, increase their vulnerability to sexual victimization. Thus, sexual education and health education are ways to provide child and youth empowerment regarding autonomy and recognition of individual rights, providing subsidies for self-protection, such as the attitude of denouncing offenders to family members, health professionals and education (39)(40)(42)(43) .…”

Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual: aspectos do desenvolvimento físico e emocional

“…Salienta-se que, quando a equipe multiprofissional atua com base na naturalização da violência, essa postura pode interferir no seu poder de exercitar a compreensão empática, apontada pelo IS como elementar para as interações (27) , influenciando na recomposição da estima e sentimento de segurança da vítima (24,26,(39)(40) . Estudo revela que profissionais de saúde portugueses não atribuem culpa da VS ao comportamento das vítimas adolescentes e não as responsabilizam pelos atos abusivos perpetrados pelos agressores (41) .…”

“…Estudo revela que profissionais de saúde portugueses não atribuem culpa da VS ao comportamento das vítimas adolescentes e não as responsabilizam pelos atos abusivos perpetrados pelos agressores (41) . Portanto, tais atitudes podem colaborar para favorecer o estabelecimento da relação de confiança profissional-paciente (28,(39)(40) , pois apoia a interação entre os envolvidos, sobretudo no atendimento a crianças e adolescentes, permitindo a continuidade do cuidado, tão necessária ao cuidado humanizado a vítimas da VS (22)(23)(24)(39)(40)(41) . Sobre isso, Mead (27) explica que, a depender do significado atribuído a experiências de violência, o indivíduo sente empatia ou antipatia, o que justifica comportamentos e atitudes frente às situações vivenciadas.…”