O artigo analisa o que fundamentou, nas duas primeiras décadas do século XXI, o crescimento econômico da região amazônica de Carajás, muito acima do ocorrido nas demais regiões brasileiras. Demonstra que tal crescimento decorreu da existência prévia de estrutura exportadora, dotada de setor com altíssima produtividade do trabalho e de infraestruturas que o habilitava a vencer barreiras espaciais, configuração que permitiu rápida resposta à crescente demanda planetária por commodities. Revela que, a despeito do altíssimo crescimento econômico regional, houve aprofundamento do caráter primário exportador da economia e fortalecimento de dinâmicas ambientalmente deletérias. Contexto no qual, regionalmente, a extrema pobreza recuou mais lentamente do que em nível nacional, havendo, entretanto, aumento da intensidade e da severidade da pobreza e do número de pessoas pobres na região.