Crenças e expectativas tecidas pelos docentes-alunos de Língua Portuguesa do Mestrado PROFLETRAS

Abstract

O objetivo deste texto é apresentar um estudo qualitativo-interpretativista realizado com docentes de Língua Portuguesa da rede pública de ensino de Mato Grosso, ingressantes da primeira turma do Programa de Mestrado Pro ssional em Letras (PROFLETRAS), na UNEMAT/Sinop, com dados coletados por meio de questionários abertos. A partir dos estudos do letramento, das crenças e da formação de professores como agente letrador, discute-se como o grupo concebe conceitos de língua, linguagem, alfabetização e letramento(s), o papel da escola e do professor de Língua Portuguesa. Socializa-se como é a prática nas aulas de Língua Portuguesa e o que o grupo almeja a partir das re exões propostas pelo Programa.

Políticas De (Trans)formação Docente E Seus Impactos Em Mato Grosso/Brasil

“…Por isso, nas últimas décadas, avolumam-se o número de propostas e de pesquisas em diversas direções teórico-metodológicas, as quais mantêm, no topo, debates que entrelaçam, desde a historicização dos textos que regem a educação brasileira à complexidade do papel social exercidos pelos sujeitos formandos, formados e formadores. Ao apontar, como pressuposto, a educação docente como permanente (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2009;IMBERNÓN, 2009IMBERNÓN, , 2010IMBERNÓN, , 2012 projetar os(as) alunos(as) bolsistas pesquisadores(as) para se tornarem mais reflexivos(as) em suas práticas e contribuírem para equalizar os níveis de letramentos dos(das) alunos(as) (GATTI, 2010(GATTI, , 2011(GATTI, , 2014ABRUCIO, 2016;SANTOS, 2014SANTOS, , 2016ROQUE-FARIA e SILVA, 2019;SILVA 2013SILVA , 2015. Assim, a implementação e a consolidação do PIBID e do PROFLETRAS buscam garantir o direito universal atrelado à mobilidade social para o pleno desenvolvimento da pessoa humana e da qualificação para o trabalho docente; e, beneficiando-nos das palavras de Gimenez (2016, p. 103-106), esses programas procuram romper com as noções centralizadas no individual para valorizar a coletividade, "condição essencial para a superação da preparação divorciada dos problemas práticos enfrentados no dia a dia das escolas".…”

“…Como conduzir os alunos à compreensão discursiva do mundo multiletrado e que caminhos adotar para desenvolver tais habilidades? Gatti (2010), Abrucio (2016), Santos (2016), Santos e Santos (2016), Roque-Faria e Precioso (2016) e Roque-Faria e Barbosa (2014) evidenciam que, apesar dos avanços das políticas públicas formativas, a educação docente revela-se ansiosa por soluções imediatas.…”

“…127 Santos (2016), em asseverações sobre a atual situação e os rumos sobre os programas de FI e FC, dirigidas ao profissional de Letras, em contexto do estado de Mato Grosso, assevera que [...] os estudos e práticas pedagógicas vivenciadas no âmbito do PROFLETRAS favorecem a construção do acervo de conhecimentos [...] (re)invenção do fazer docente em tempos contemporâneos [...] implementação de projetos permanentes de leitura e escrita nas escolas e apropriação dos multiletramentos, sobretudo das tecnologias digitais. [...] alargamento da visão para o aspecto do ensino: promover a formação de um licenciado de graduação em Letras para o exercício profissional e um mestre em Língua Portuguesa com um repertório de conhecimentos que dê sustentação teórico-prática para interferir nas situações de ensino-aprendizagem de sua origem (SANTOS, 2016, p. 42-43).…”

“…Atentos ao engajamento do Estado e aos desafios da docência no século XXI, evidenciamos, pelo discurso do formador, apontamentos sobre o processo formativo, intrínseco na construção da identidade tanto do aluno como do professor. Para isso, pautamo-nos na literatura de caráter etnográfico e crítico da linguagem, como Roque-Faria ( 2014), Silva (2014Silva ( , 2013; Santos (2014Santos ( , 2016, para citar alguns, e apontamos a necessidade de dialogar sobre as políticas formativas e entender seus reflexos nas práticas sociais de sala de aula (SILVA e ROQUE-FARIA, 2017).…”

Unidades mato-grossenses do PROFLETRAS: abrangência, resultados e perspectivas

“…JUSTINA; JUSTINA, 2014; SANTOS; CUNHA; TRUGILLO, 2014;SANTOS;. Os estudos mostram que, embora tenhamos consideráveis avanços, não temos atingido índices satisfatórios de formação nas licenciaturas, reverberados nos resultados de baixos indicadores de letramento da população, já mencionados no início deste texto.…”