A COVID-19 firmou-se como preocupante emergência de saúde pública no Brasil e no mundo, demandando reorganização de todos os níveis de atenção em saúde. Diante desse panorama crítico, ações estratégicas foram sendo implementadas visando diminuir a disseminação do vírus e a mortalidade pela doença. Nesse contexto, APS ocupou o papel de destaque no enfrentamento ao novo coronavírus a partir da necessidade imediata de capilarização das informações e ações para as comunidades. O objetivo desse estudo foi discorrer sobre os limites e possibilidades da APS na assistência à saúde no contexto da pandemia. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado através de revisão de literatura, com treze artigos científicos, publicados nos últimos dois anos, nas bases de dados LILACS e MEDLINE. Os resultados mostraram que a APS desempenhou papel crucial na organização e coordenação do cuidado para o enfrentamento da COVID-19, se transformando num espaço privilegiado para a ação coletiva, informação e envolvimento da sociedade. No entanto, o enfrentamento da pandemia exigiu mais esforço técnico, afetivo e criativo dos profissionais para reorganizar ou inovar as práticas e rotinas desenvolvidas nos serviços de saúde. A viabilização de recursos e a ampliação da estrutura para atendimento dos casos de COVID-19 foram imprescindíveis para auxiliar no apoio diagnóstico e mitigação da pandemia. Conclui-se que o advento da pandemia exigiu respostas rápidas e inovadoras das equipes de saúde no contexto da APS. Os desafios possibilitaram o estreitamento do vínculo com a sociedade e o fortalecimento das ações na APS de forma geral.