“…Denotativamente, um combate com os punhos, entre dois oponentes, dentro de um quadrado-palco chamado Ringue. Mesmo que atualmente o boxe participe do mercado de modalidades prazeirosas-emagrecedoras nas academias de ginástica em diversas regiões do país, transfigurado em modalidade soft de prática corporal complexa isenta de combate, o "boxe de verdade", "boxe de rua", como denominam alguns de meus colegas de treino, permanece estigmatizado como atividade racializada (um dos argumentos defendido ao longo da dissertação), dado seu histórico de recrutamento principalmente entre a classe trabalhadora (Wacquant, 2002, Sugden, 1996, tendo enquanto totem homens negros e polêmicos como Muhammad Ali e Mike Tyson. No Brasil, a prática se consolidou em alguns centros urbanos durante o século XX, institucionalizando-se a partir de 1935, com a criação da Federação Brasileira de Pugilismo, após um "período de ilegalidade, perseguição e repressão" (Caratti, 2016, p.228).…”