Cooperation from an Evolutionary Perspective

Efeito do sistema de economias de fichas sobre o comportamento cooperativo em crianças

“…Há evidências de que o indivíduo que doa sangue a desconhecidos ganha boa reputação que lhe dá vantagem em relação à atração de parceiros sociais (e com isso reciprocidade) ou reprodutivos (Alexander, 1985;Low & Heinen, 1993). Em situações cotidianas, membros de um grupo estão sujeitos à divisão de recursos; quando os membros são os mesmos, e interagem repetidas vezes ao longo do tempo, desenvolvem-se relações de confiança que têm o potencial de promover a cooperação (Yamamoto, 2019;Silk & Boyd, 2010).…”

“…A Teoria dos Jogos oferece um corpo conceitual e prático para a análise das relações de cooperação e de trapaça (em inglês, free-riders; Groves & Ledyard, 1977), que tem sido adotado em diversas disciplinas, dentre elas, a psicologia evolucionista Yamamoto, 2019). O Jogo dos Bens Públicos, um dos dilemas sociais propostos por esta teoria, requer que os participantes façam um investimento total de um recurso, para que obtenham um retorno maior desse investimento (o bem público; Ferreira, 2018;Yamamoto, Alencar, & Lacerda, 2009).…”

Correspondência verbal/não verbal e cooperação: estudos experimentais

“…A espécie humana é uma das mais cooperativas encontradas na natureza (Boyd & Richerson, 2009). Considerando que se engajar em relações de cooperação traz custos para quem pratica e benefícios para quem recebe, isso nos faz questionar quais as vantagens adaptativas que poderiam ter selecionado a cooperação na nossa espécie para além de grupos aparentados (Boyd & Richerson, 2009;Yamamoto, 2019).…”

“…Em uma amplitude internacional, pesquisas utilizando o Dilema dos Bens Públicos tendo crianças como participantes são menos frequentes quando comparadas àquelas feitas com uma população de adultos, indicando uma lacuna na investigação de aspectos da ontogênese da cooperação. As crianças da América Latina são ainda mais sub-representadas neste tipo de investigação (Yamamoto, 2019). Segundo Suarez et.al.…”

“…Crianças dessa idade já apresentam em seu desenvolvimento habilidades sociais e verbais suficientes para entender as similaridades e as diferenças entre sua própria perspectiva e a perspectiva do seu interlocutor, isto é, já são capazes de mentir, uma vez que o desenvolvimento dessa capacidade ocorre em torno dos 4 anos de idade ( Ding, Wellman, Wang, Fu, & Lee, 2015). Trata-se também de uma população pouco estudada no que se refere às pesquisas sobre cooperação (Yamamoto, 2019), e especialmente sob a perspectiva da análise comportamental (Suarez et.al, 2018). Foram realizados três estudos, que serão apresentados nos dois capítulos a seguir.…”