Contaminação das Resinas Compostas em Clínicas de Instituição de Ensino

Abstract

Objetivo: Avaliar, por meio de análise microbiológica, a contaminação nas resinas compostas utilizadas em 3 (três) clínicas odontológicas de uma Instituição de Ensino na cidade de Santa Maria, RS, Brasil e verificar a correlação da contaminação com a frequência do uso das resinas compostas. Método: Primeiramente foi realizado um levantamento quanto ao número de acadêmicos que utilizavam cada clínica, bem como o semestre à qual esses pertenciam. Um total de 100 (cem) amostras estava disponível para o estudo nas diferentes clínicas e foram analisados. Incrementos de 2 mm foram removidos de cada tubete de resina composta de forma asséptica em ambiente ambulatorial. Imediatamente após, as amostras foram levadas para o laboratório, onde foram imersas em tubos de ensaio contendo 5 mL do meio de cultura BHI (Brain Heart Infusion). Após 24h de incubação em estufa bacteriológica a 37ºC foi feita a primeira leitura da turvação do meio de cultura por um avaliador treinado, e após 48h, a última. Foi realizado um grupo controle negativo. As amostras nas quais ocorreu o turvamento do meio de cultura foram consideradas contaminadas. Resultados: Encontravam-se contaminadas 51% das resinas compostas analisadas, apresentando variação do percentual de ocorrência entre as clínicas incluídas. Foi encontrada correlação muito forte entre o número de alunos nas clínicas e porcentual de contaminação. Conclusão: Em algum momento do procedimento restaurador, executado pelos acadêmicos, ocorre uma falha geradora da contaminação. Assim, há risco de infecção cruzada, havendo a necessidade de buscar alternativas para barrar essa contaminação durante o procedimento.Materiais dentários; Contaminação biológica; Exposição a agentes biológicos. Objective:To evaluate by microbiological analysis, the contamination of composite resins in three dental clinics of a teaching institution in the city of Santa Maria, RS, Brazil and to assess the correlation between contamination and usage frequency of the resins. Method: First, a survey was performed to determine how many students practiced in each clinic and the teaching semester they were attending. One hundred samples were available for the study in the different clinics and all of them were analyzed. Two-millimeter increments were aseptically collected from each composite resin syringe in the outpatient setting. The samples were immediately to the laboratory and immersed in test tubes containing 5 mL of BHI (Brain Heart Infusion) culture medium. After 24-hour incubation period in a bacteriological incubator at 37 o C the first reading of the culture medium turbidity was made by an experienced examiner, and the last reading was made after 48 h. A negative control group was established. The samples in which turbidity of the culture medium occurred were considered as contaminated. Results: 51% of the analyzed composite resin samples were contaminated, with percentage varying among the clinics. A strong correlation was found between the number of students practicing in the clinic and the percentage of cont...

Avaliação da contaminação de resina composta na prática odontológica

“…Outros estudos apontam que foram encontradas uma elevada taxa de contaminação tanto para a resina composta, como para a parte externa dos tubos. Esses dados revelam uma exposição dos pacientes e dos profissionais, quanto aos riscos à saúde, reforçando a eficácia e necessidade da realização do processo de desinfecção e descarte do primeiro incremento a cada paciente, a fim de minimizarem-se os riscos de infecção cruzada [12][13][14][15] . Ainda assim, apesar do cuidado na utilização da técnica do IA do campo operatório, eliminando o contato direto com a mucosa do paciente, observou-se, neste estudo, a presença de contaminação pela avaliação de turbidez.…”

Avaliação da Contaminação Microbiológica das Resinas Compostas no Ambiente Odontológico: Revisão da Literatura

“…A resina composta é um material usado corriqueiramente no dia a dia odontológico. Sabe-se, no entanto, que não existe uma maneira ou um protocolo específico para sua manipulação, por este motivo tem sido vista a indispensabilidade de estudar se há presença de contaminação e qual o tipo 5,7,9 .…”

“…Em um estudo que analisou amostras de resinas composta antes e após a fotopolimerização, e após a desinfecção com álcool e observou que, mesmo após a desinfecção com álcool, havia a presença de bactérias, e que a polimerização também não foi efetiva na eliminação das mesmas, mostrando que apesar de o álcool 70% ser a substância que é utilizada para realizar a descontaminação dos tubetes de resina, o mesmo apresenta inabilidade em ação descontaminante para este fim em específico 20 . Outro estudo analisou 100 amostras de resina composta obtidas em três clínicas odontológicas da mesma instituição, sendo que 51% das mesmas apresentaram-se infectadas 7,14 .…”

“…Com os instrumentais, o controle da infecção é realizado através da esterilização, porém para os materiais de consumos que não são passíveis de submeter nenhum tipo de desinfecção física ou química, como é o caso da resina composta, as medidas de biossegurança tornam-se limitadas 6 . Portanto, é preciso ter cuidados especiais com esse material, de modo a reduzir os riscos de contaminação 7 . Por isso, o uso do isolamento absoluto durante o procedimento restaurador é de extrema importância para minimizar o contato com os microrganismos presentes na saliva e, consequentemente, diminuir as formas de transmissão, além dos cuidados com o instrumental durante técnica preconizada para inserção da resina 1 .…”

Biossegurança em Odontologia: o ponto de vista dos pacientes

“…

A biossegurança envolve um conjunto de normas, ações e procedimentos considerados seguros para prevenir, controlar, minimizar ou eliminar riscos à saúde e ao meio ambiente [1][2][3][4] . Em Odontologia, especificamente, ela engloba questões éticas na relação de segurança entre proteção do paciente e da equipe odontológica, contribuindo para a qualidade dos procedimentos 5 .

…”