Construindo E Estabilizando Cidades, Casas E Pessoas

Abstract

Resumo Este artigo desenvolve-se a partir de um diálogo com aquelas etnografias recentes que se propõem a investigar o modo como se relacionam as casas e seus habitantes, postulando assim a rentabilidade heurística de descrições na qual esses elementos são pensados como se produzindo e se transformando juntos. Radicalizando tal proposta, mostro aqui que também as cidades podem ser incorporadas a esses quadros analíticos que se pretendem unitários, unificados e monistas. Inspirado por certas ideias e formulações dos moradores da cidade de Minaçu, no norte do estado de Goiás, invisto num arcabouço descritivo que mostra como as cidades, as casas e as pessoas são concomitantemente afetadas pelos mesmos processos e tensões, emblematicamente expressos pela oposição entre sossego e descontrole. Para tanto, examino essas transformações recentes que sugerem que esta cidade está deixando de ser uma zona de fronteira, um local instável e perigoso, repleto de forasteiros e aventureiros, para se “estabilizar” e se tornar uma localidade pacata e respeitável.

When women tell: gender relations and historical narratives on an old rural property

“…palabras, seres y relaciones constituyen la casa, la cual es una categoría central en las narrativas de las mujeres. Como algunos trabajos recientes dejan observar, la atención a aquello que la compone edifica en las ciencias sociales un acceso a sus experiencias (ver, por ejemplo, Borges 2013;Carneiro 2015;Figurelli s. d.;Guedes 2017;Dainese, Carneiro y Menasche 2018).…”

Governing the house: an ethnographic approach (introduction)

“…This dossier is an outcome of a collective and transnational research project, "Modes de Gouvernement et Pratiques Economiques Ordinaires", 5 which became a hub for this new anthropology of the house that is at present expanding in our discipline. Among other results, the project has produced an abundant literature on houses and ways of dwelling (among others, e. g. Motta 2014, Cortado 2020, Araos 2016, Léobal 2016, Guedes 2017, Dalmaso 2018, García de Teresa 2019), emerging from a set of ethnographic researches that have been developed in dialogue, within a comparative framework, and a set of common references.…”

Gênero, cuidado e a reconfiguração da fronteira... fronteiras, fronteiras!

“…Temos operado, então, um mecanismo culinário de redução para manejar a 6 Mas essa ideia de fronteira aqui mobilizada foi encontrando nos últimos anos fortes correlatos e relações analíticas e empíricas com outras territorialidades muitas vezes também descritas ou qualificadas como "fronteiras": me refiro especialmente a regiões centrais de "revitalização" em grandes centros urbanos, a algumas periferias e margens urbanas, e às espacialidades de instituições como prisões. Esse caminho dos estudos de fronteiras, ainda praticamente não explorado na insistente ênfase no transnacional e global que esse campo mantém, emergiu principalmente do diálogo com pesquisadores como Bruna Bumachar (2016), Daniel Hirata (2015;ver também Telles & Hirata 2007), André Guedes (2017) e Taniele Rui (2014).…”