Construção e desenvolvimento de um projeto de história oral em estudos sobre gestão

Abstract

Resumo Este artigo tem por objetivo lançar luz sobre as possibilidades de aproximação entre a história oral e outras formas de se pensar a gestão. O pano de fundo para tais reflexões são as memórias e histórias de colonos do Projeto de Irrigação Bebedouro, situado na zona rural de Petrolina, em Pernambuco. O desenvolvimento de um projeto de história oral envolve alguns passos importantes e que demandam reflexão para que possam fazer sentido para a pesquisa, mas, essencialmente, para o narrador. Diante disso, propõem-se aqui alguns pontos para fomentar tais reflexões no que tange ao momento do encontro e os cuidados que o pesquisador precisa ter na construção da pesquisa. Depois, apresenta-se uma proposta de transformação do oral em escrito, que é um momento importante em que o pesquisador precisa colocar toda a emoção, ditos e não ditos, de forma escrita, o que também demanda um esforço e constitui a substância que será analisada e devolvida ao narrador. E é nesse último momento que o narrador precisa validar se aquilo que foi transformado em escrito reflete o que foi dito. Uma pesquisa de história oral é construída por várias mãos e contribui para a reflexão sobre como a gestão se [rejconstrói.

Oral History and Organizational Research: Challenges of Building Knowledge about the Past

“…In this sense, and unlike other management papers that discuss the method (Ichikawa & Santos, 2006;Gomes & Santana, 2010;Joaquim & Carrieri, 2018;Sacramento et al, 2017), the present article advocates for oral history as a theoretical-methodological approach or for filling the void between the method and discipline (Amado & Ferreira, 2006). With this approach, oral history research in historical organizational studies may incorporate history in a reorientationist way (Usdiken & Kieser, 2004), with greater engagement of historiographical concepts to "create more reflexive research on the organizational past that is not purely driven by organization theory but instead challenges assumptions about how we study organizations" (Decker et al, 2021, p. 14).…”

“…Management research has also incorporated oral history, especially with the rise of qualitative biographical methods, which include biographical, autobiographical, life history, and oral history itself (Barros & Lopes, 2014;Sacramento, Figueiredo, & Teixeira, 2017). Some of these studies advocate its use in management for understanding entrepreneurial trajectories and organizational histories (Gomes & Santana, 2010), the everyday life and the voice of the ordinary man (Ichikawa & Santos, 2006), and reflexivity in the co-construction and social devolution of management research (Joaquim & Carrieri, 2018).…”

Migrantes cortadores de cana-de-açúcar no Paraná: práticas cotidianas e processos de territorialização em meio ao trabalho precário

“…In their testimonies, most of the time, interviewees did not tell their stories in chronological order, so that in order to establish a temporal logic to the narratives, we perform the transcription and not the mere literal transcription, as directed by Joaquim and Carrieri (2018). That is, we reorganized the sentences, put them in chronological order and re-create the text, thus allowing a sequence in their narratives, in addition to letting the "unsaid" and expressions visualized during the interviews to also appear.…”

Memórias Em Movimento: Histórias Da Casa Tina Martins No Combate À Violência De Gênero

“…Desse modo, é na virada histórica que as possibilidades de estudo se abrem no campo para novas ferramentas metodológicas, novos objetos de investigação, novas visões sobre os acontecimentos passados, além das próprias reflexões sobre as narrativas históricas e o papel da História a partir da ideia do passado como processo e contexto (Costa et al, 2010). É nesse movimento também que são sublinhadas as importâncias dos sujeitos menores, dos pequenos acontecimentos, das pequenas narrativas, das práticas e dos saberes promovidos por sujeitos desconsiderados no processo de criação do conhecimento (Barros & Carrieri, 2015;Carrieri et al, 2018;Joaquim & Carrieri, 2018).…”