Conhecimentos E Práticas Dos Pais De Crianças De 6 a 12 Meses Sobre Alimentação Complementar: Desafios Para O Cuidado Em Saúde

Abstract

Este estudo buscou identificar conhecimentos e práticas de pais de crianças de 6 a 12 meses de idade, sobre alimentação complementar e fatores que influenciam seu comportamento. Adotou-se o referencial teórico-metodológico da Teoria do Comportamento Planejado e optou-se por uma abordagem qualitativa e exploratória através de duas técnicas: grupo focal com mães e entrevistas em profundidade com pais, frequentadores de um serviço público de saúde e de uma clínica de pediatria privada. Do material empírico advindo dos relatos gravados e transcritos, por meio da análise de conteúdo, identificaram-se as categorias: Crenças, opiniões e atitudes, reorganizadas de acordo com suas relações com as recomendações do Ministério da Saúde incluídas no Guia Alimentar Para Crianças Menores de 2 anos; Influências formais e informais sobre as práticas de alimentação complementar; e Papel dos fatores socioeconômicos. Concluiu-se que os comportamentos dos pais são resultado da interação complexa entre suas crenças, pressões sociais e a percepção sobre sua competência para alimentar seus filhos, e que os dilemas e dúvidas são de toda ordem e independem da realidade sociocultural. O pediatra e outros profissionais da saúde perdem espaço para as influências informais que afetam diretamente as práticas de alimentação das crianças. Apontou-se a necessidade de prover orientações sobre alimentação complementar contextualizadas à realidade dos pais e que a internet seja utilizada por fontes confiáveis para disseminação do conhecimento. DOI: 10.12957/demetra.2019.43550

A participação dos homens na alimentação infantil: novos caminhos para a equidade de gênero?

“…Esta exploração exigiu que lêssemos e relêssemos cada depoimento, nos possibilitando grande intimidade com o conteúdo tanto objetiva quanto intersubjetiva (Minayo, 2008). A riqueza dos depoimentos sobre o papel masculino na divisão de tarefas durante o primeiro ano de vida de seus filhos, com foco na alimentação, nos levou a considerar, apresentálos de maneira única, separando-os dos demais aspectos abordados no roteiro/guia (Sorrentino;Venancio, 2019), organizando-os em duas categorias Assis;Souza, 2016): a participação masculina na alimentação de seus filhos sob a ótica feminina e sob a sua própria ótica. As condições socioeconômicas dos participantes não receberam neste estudo uma classificação formal e, apesar de estarem diferenciados pelas siglas G1/E1 e G2/E2, preferimos apreciar seus relatos como representações naturais, cada qual de seu mundo social (Carvalho;Luz, 2009).…”

“…Lacunas de conhecimento e informação de mães e pais, além de barreiras socioculturais e institucionais fortemente marcadas por crenças e mitos, influenciam e comprometem a prestação de cuidados à criança (Ribeiro;Gomes;Moreira, 2015;Pérez-Escamilla;Segura-Pérez;Lott, 2017;Sorrentino;Venancio, 2019;Brasil, 2019).…”

Influências socioculturais e parentais nas práticas alimentares no primeiro ano de vida: estudo qualitativo com mães de crianças menores de dois anos

“…Neste estudo, os chás apresentaram uma função que era conhecida e compartilhada pelas mães, convergindo com o sentido de pertencimento a determinado grupo social. 3,17,20 Eles eram utilizados com a intenção de promover o bem-estar ou solucionar algum mal, como reduzir o desconforto da criança quando do nascimento dos dentes ou acalmá-la para que conseguisse dormir, assim como evidenciado em estudo no qual foi atribuído à camomila e à erva doce o efeito calmante em crianças menores de dois anos. 21 Ambos os estudos evidenciam a influência da cultura no uso do chá.…”

“…Entre os sentidos parece estar a preocupação em não deixar a criança sentir fome. Também no estudo de Sorrentino & Venancio20 foi observada a oferta de alimentos não saudáveis fora do ambiente doméstico. das mães, visto que a sociedade brasileira tem o hábito de consumir alimentos mais doces do que em outras culturas 30.…”

Educação alimentar e nutricional para mães de lactentes: avaliação pós intervenção

“…Apesar das informações disponibilizadas, a alimentação infantil está longe do ideal 5 . Os responsáveis em apresentar os alimentos para as crianças são pais e cuidadores 6 , por isso, é importante que estejam munidos de informações adequadas 7 .…”