Conhecimentos e atitudes de crianças escolares sobre prevenção de acidentes

Abstract

Resumo Os acidentes são frequentes na infância em razão da menor percepção de risco e maior vulnerabilidade à desastres. O objetivo deste estudo foi analisar os conhecimentos e as atitudes de crianças escolares em relação à prevenção de acidentes e os fatores associados. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal realizado entre novembro e dezembro de 2017 em Simão Dias, Sergipe, Brasil. A partir de cálculo amostral, foram avaliadas por meio de entrevista com uso de imagens ilustrativas 97 crianças escolares de sete a nove anos. Os resultados mostraram que pouco mais da metade das crianças entrevistadas consideram o uso de equipamentos de proteção individual uma forma de prevenir lesões em casos de acidentes (58,8%; n=57), sendo menos frequente entre as que possuíam menor escolaridade (RP: 0,66; IC95%: 0,16-0,99). O conhecimento e/ou uso desses equipamentos foi de 60,8% (n=59) para cinto de segurança, 54,6% (n=53) para capacete, 47,4% (n=46) para joelheira e 40,2% (n=39) para cotoveleira. Em relação às atitudes, 20,6% (n=20) responderam que não há problemas em colocar a mão (sem lavar) sobre o machucado e 12,4% (n=12) em atravessar a rua sem a companhia de um adulto. Concluiu-se que as crianças escolares avaliadas possuem conhecimentos e atitudes equivocadas sobre prevenção de acidentes.

Conhecimento de profissionais da educação infantil sobre prevenção de acidentes e primeiros socorros na escola

“…A ocorrência dos acidentes na faixa etária de 0 a 6 anos é frequente porque existem uma série de situações que colocam os alunos da educação infantil expostos a diversos riscos em sala de aula ou em outros ambientes da escola (como corredores, escadas, banheiros, áreas de recreação), favorecendo com que o acidente ocorra, apesar de ser, quase sempre, previsível. A vulnerabilidade dessas crianças aos acidentes é variável em função do nível de coordenação de seu sistema nervoso, aptidão motora, senso de percepção de riscos e da instintiva proteção a ela dispensada por parte da mãe, familiar, cuidador ou seu professor (a) (Reis et al, 2021). Isso reforça a necessidade de que os profissionais que lidam com crianças nessa faixa etária no ambiente escolar tenham domínio sobre as medidas de prevenção de acidentes e primeiros socorros, garantindo a segurança das mesmas.…”

“…Outro dado que merece atenção foi a evidência de uma certa culpabilização das próprias crianças pelos acidentes, o que pode representar uma fragilidade de capacitação profissional. As crianças não devem ser culpadas pelos acidentes nessa faixa etária pelo fato de não terem maturidade suficiente para avaliar os riscos de suas ações (Reis et al, 2021). Estes achados reforçam a necessidade de estratégias de educação direcionadas aos profissionais que atuam nesse ambiente, para que os mesmos adquiram melhor compreensão dos diversos estágios do desenvolvimento infantil e consigam correlacionar de maneira mais clara o comportamento das crianças nas diferentes idades e os riscos de acidentes a que estão expostas.…”

“…Assim, a maioria dos acidentes que ocorrem nessa faixa etária estão associados à conjuntura das crianças na primeira infância, o que as torna mais vulneráveis, como a sua imaturidade, curiosidade, desenvolvimento, integridade física, e ambiente ao qual está exposta (Magalhaes et al, 2021). Reforça-se que, quanto mais nova for a criança, menor sua percepção de risco e maior a sua vulnerabilidade aos acidentes (Simas et al, 2019;Reis et al, 2021).…”

Prevenção de Acidentes na Infância: Análise de um Problema de Saúde Pública

“…Dessa maneira, deve-se colocar estes objetos fora do alcance dos pequenos (SBP, 2014). As crianças devem ser ensinadas na escola e pela própria família sobre os perigos das queimaduras e dos incêndios e os pais podem, além de vigiá-las rigorosamente, ensiná-las sobre a rota de fuga da casa em caso de incêndio (Fernandes et al, 2012;Reis et al, 2021;SBP, 2014;Valenzuela et al, 2011).…”

Curricularização de ações extensionistas na formação de escolares como multiplicadores em primeiros socorros

“…Estudo recente desenvolvido com instituições públicas de Ensino Fundamental evidenciou que os escolares apresentaram conhecimentos e atitudes deficientes em relação à prevenção de acidentes e primeiros socorros, reafirmando a necessidade de uma maior abordagem educativa em Saúde com esse grupo populacional (REIS et al, 2021).…”