Conhecimento dos pacientes sobre medicamentos prescritos por odontólogos no sul do Brasil

Abstract

Resumo Este estudo objetivou caracterizar o nível de conhecimento dos pacientes em relação aos medicamentos prescritos em serviços odontológicos públicos de Porto Alegre, verificar existência de prescrições verbais e fontes individuais de informação sobre os mesmos. Com delineamento transversal, um questionário era aplicado após consulta em dois serviços de urgência odontológica. Dos 286 entrevistados, 164 (57%) eram do sexo feminino, com média de idade de 35 anos e de renda familiar de 3,5 salários mínimos. Observou-se um índice de aproximadamente 10% de prescrições verbais. Em relação às prescrições escritas (n = 258), 86% dos pacientes sabiam o nome do medicamento, 85% a frequência de doses, 66% a indicação terapêutica e 65% a dose. Apenas 20% e 9% sabiam informar sobre precauções e efeitos adversos, respectivamente. Através do escore utilizado, 55% da amostra apresentou um nível de conhecimento regular, 34% insuficiente e 11% bom. A principal fonte de informação sobre medicamentos foi a bula (40,7%). A maioria dos pacientes apresentou um nível de conhecimento suficiente a respeito das informações principais do tratamento, porém teriam dificuldade de conduzi-lo de forma adequada frente a alguma intercorrência.

Validação do questionário “Conocimiento del Paciente sobre sus Medicamentos” (CPM-ES-ES)

“…A BIREME define o CPM como o conhecimento de saúde do paciente relacionado a medicamentos incluindo o que está sendo usado e o porquê, bem como instruções e precauções 33 . Segundo estudos brasileiros, quando o CPM é suficiente, representa o conhecimento necessário para que o paciente tenha condições de utilizar o medicamento de forma segura [11][12][13][14][15] . Os estudos brasileiros utilizaram sete 11,14,15 , oito 13 ou nove 12 perguntas para medir o conhecimento, e investigaram informações sobre o processo de uso, segurança e indicação.…”

“…As respostas foram categorizadas entre corretas ou incorretas. Embora não houvessem mencionado o texto de algumas perguntas e a maneira de pontuá-las, o método utilizado pelos autores foi reproduzido com ou sem modificações em outros trabalhos [12][13][14][15] . Alguns autores ampliarameste conceito adicionando questões sobre a forma de administração, interações e procedimento a ser tomado no caso de esquecimento dedoses, e, ainda, uma outra categoria de resposta: não sabe 12 .…”

Patients' knowledge about medication prescription in the emergency service

“…The orientation the patients received from professionals, in this study, was provided in the verbal form. Another research, which characterized the patients' level of knowledge regarding medications prescribed in dental services, and verified the frequency of verbal prescriptions, observed that 36% of the patients who received verbal and written prescription remembered only of instructions given in the latter form (7) . Considering the lawful character attributed to the prescription, the practice of the verbal prescription leaves the professional in a vulnerable position.…”

“…Considering the lawful character attributed to the prescription, the practice of the verbal prescription leaves the professional in a vulnerable position. Besides, it puts the patient in a situation that is very close to self-medication, with risks of under-or over-dosage (7) . It is therefore important that the emergency service develops an instrument to record the discharge orientation in the patient's chart, and to allow the patients to take it with them.…”

“…Knowledge about the medication is defined as the information obtained by the patient on the correct use, which includes name, dosage, times to take it, usage time, conservation methods, therapeutic goal, besides possible medication interactions and adverse reactions (7) .…”