RESUMO: Este texto tem como objetivo apresentar uma discussão acerca da proposta curricular das escolas itinerantes do Paraná e como ela se efetiva (ou não) no Colégio Estadual Maria Aparecida Rosignol Franciosi (localizado no distrito de Lerroville, município de Londrina), mais especificamente, em aulas de matemática. Para isso, contextualizamos historicamente a disputa pela terra no estado e a criação dessas escolas em acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A proposta curricular dessas escolas baseia-se na obra de Pistrak a respeito da Escola-Comuna da União Soviética e está organizada a partir de complexos de estudo, desenvolvidos com porções da realidade, que articulam diversas disciplinas. Com base na realidade vivenciada na escola -registrada em um diário de pesquisa e em gravações de áudio de aulas de matemática -e no complexo de estudo referente à porção da realidade "Produção de Alimentos", descrito no documento que norteia as práticas pedagógicas dessas escolas, apresentamos algumas ideias para o trabalho em aulas de matemática, abordando as produções dos familiares e discutindo a produção agroecológica e o uso de agrotóxicos.
Palavras-chave: Educação Matemática; Educação do Campo; Complexos de estudo; Escolas itinerantes.ABSTRACT: This paper aims to present a discussion about the curricular proposal of the itinerant schools of Paraná and how it is effective (or not) in the State College Maria Aparecida Rosignol Franciosi (it is in Lerroville district in the city of Londrina), more specifically, in mathematics classes. For this, we contextualize historically the dispute for the land in the state of Paraná and the creation of these schools. The curriculum proposal for these schools is based on Pistrak's work on the Soviet Union School-Commune. Based on the reality experienced at school -recorded in a research diary and audio recordings of math classes -and on the complex theme related to the portion of reality "Food Production" described in the document that guides the pedagogical practices of * Este artigo contém alguns resultados apresentados nos eventos III Seminário Cadernos CIMEAC -v. 8, n. 1, 2018. ISSN 2178-9770 UFTM | Uberaba -MG, Brasil ~ 339 ~ LÍNLYA SACHS | LARISSA GEHRINH BORGESthese schools, we present some ideas for the work in mathematics classes, approaching the family members' productions and discussing the agroecological production and the use of pesticides.
A PAISAGEMO que mais há na terra, é paisagem. Por muito que do resto lhe falte, a paisagem sempre sobrou, abundância que só por milagre infatigável se explica, porquanto a paisagem é sem dúvida anterior ao homem e, apesar disso, de tanto existir, não se acabou ainda. [...] Não faltam cores a esta paisagem. [...] E não faltam ao mundo cheiros, nem sequer a esta terra, parte que dele é e servida de paisagem. [...] Madre de tetas grossas, para grandes e ávidas bocas, matriz, terra dividida do maior para o grande, ou mais de gosto ajuntada do grande para o maior, por compra dizemos ou aliança, ou de roubo ...