A Amazônia é uma região bastante biodiversa que abriga uma grande quantidade de espécies de peixes, onde a pesca é uma atividade importante. Este trabalho caracterizou a pesca de subsistência no Igarapé da Lenha e Lago do Aleixo, Manaus, Amazonas, no ano de 2022. Foram realizadas 21 entrevistas com pescadores que atuam de forma individual ou coletiva (1,71 ± 0,78 pescador/pescaria) nos três turnos, predominando o período matutino (47,6%). A produção varia de 2,0 a 50,0 kg pescaria-1.semana-1 (6,76 ± 7,79 kg pescador-1), com captura por unidade de esforço de 0,04 a 1,67 kg pescador-1 hora-1. Os pescadores relataram explorar 17 espécies, compostas por 10 denominações diferentes de peixes, com produção semanal de 212 kg e estimativa anual de 11.024 kg. O faturamento bruto estimado, caso a produção pesqueira fosse comercializada, resultaria em valores que oscilaram entre R$ 3,57 a R$ 347,75 mês-1 (R$ 80,72 ± 101,20 mês-1), o que teria um impacto mensal de 0,64 à 21,18% (7,55 ± 7,87%) se houvesse a necessidade de compra do pescado ou na comercialização, enquanto o rendimento econômico por unidade de esforço variou de R$ 0,36 a R$ 15,00 pescador-1.hora-1 (R$ 5,04 ± 5,12 pescador-1.hora-1). Esses pescadores, pelo fato de explorarem ambientes periurbanos, enfrentam problemas relacionados ao uso de explosivos por parte de alguns pescadores, ruídos excessivos causados pelo lazer de banhistas, a redução da mata ciliar, dentre outros. Os resultados obtidos neste trabalho auxiliam no entendimento da dinâmica da pesca de subsistência e no impacto do uso múltiplo dos ambientes estudados.