Condições de vida, acesso às políticas e racismo institucional em comunidades quilombolas

Abstract

Partimos das problematizações em torno do racismo institucional em que vivem as comunidades quilombolas no Brasil. Para tanto, objetivamos com este estudo: a) identificar o perfil da população, as condições de vida e de acesso às políticas públicas; e b) mapear as linhas de força que compõem as subjetividades e suas histórias de luta. A pesquisa foi realizada numa comunidade quilombola do Estado do Rio Grande do Norte. Os dados foram produzidos a partir da aplicação de questionário sociodemográfico ambiental para os moradores, acompanhado de observação do cotidiano da comunidade e entrevista semiestruturada com as lideranças. Os resultados indicam os efeitos do racismo institucional na produção das iniquidades e desigualdades. Portanto, entendemos o racismo institucional como um bem-sucedido mecanismo da biopolítica ao produzir subjetividades que paradoxalmente sobrevivem entre a captura e a resistência aos propósitos de intervenção e controle social pelas estruturas de poder e domínio do Estado.

Perfil socioeconômico e demográfico de crianças e adolescentes quilombolas da Bahia

“…(17) Esse panorama converge com outros estudos que indicam um ciclo histórico vicioso de exposição à vulnerabilidade socioeconômica das comunidades quilombolas. (5,13,18) Família avaliado nesta pesquisa, têm auxiliado na sobrevivência de famílias quilombolas que, geralmente, em sua grande maioria é composta por mais de quatro pessoas, como foi constatado neste estudo. (19) O panorama socioeconômico e demográfico em que os quilombolas da Bacia do Iguape estão inseridos pode influenciar diretamente na sua condição de saúde.…”

“…Esse cenário de disparidade social corrobora para a manutenção e até a ampliação das desigualdades que permeiam as comunidades quilombolas, apesar das políticas públicas voltadas para o combate das mesmas que, por sinal, se mostram frágeis em sua aplicabilidade. (17,18) A complexidade desta tema e a escassez de estudos referentes as comunidades quilombolas, reforçam a relevância desta pesquisa, sendo necessário um olhar atento da sociedade para as problemáticas vivenciadas por esses indivíduos. É com base nessa constatação que se faz necessária a realização de mais pesquisas para entender melhor o contexto dessas comunidades.…”