Concepções de professores dos cursos de Química sobre as atividades experimentais e o Ensino Remoto Emergencial

Abstract

Devido ao distanciamento social adotado em todo o mundo, a fim de amenizar os efeitos da pandemia da COVID-19, houve a necessidade de adequação do modo de vida de todas as pessoas, inclusive nas instituições de ensino, sejam da educação básica ou do ensino superior. Nesse sentido, esta pesquisa tem por objetivo investigar as concepções de professores universitários sobre as atividades experimentais e as dificuldades enfrentadas por eles para o seu desenvolvimento durante o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Para tanto, durante os meses de maio a julho de 2020, foram elaborados dois questionários on-line, que abordaram questões relacionadas às atividades experimentais e ao ERE, e encaminhados aos professores responsáveis por ministrar disciplinas experimentais do curso de Química de uma universidade mineira. Através dos resultados, evidenciou-se que a maioria dos professores apontaram concepções muito simplistas sobre as atividades experimentais, ainda centradas na manipulação de vidrarias e comprovação de teorias. Ainda, eles mencionaram que as maiores dificuldades enfrentadas no ERE são o acesso restrito à internet, a alta demanda de atividades nesse período e a dificuldade que os estudantes apresentaram em desenvolver a autonomia no processo de ensino e aprendizagem.

Qualidade De Vida No Trabalho: Estudo Com Professores Do Sul De Minas Gerais

“…As atenções ficaram voltadas aos impactos causados pelo vírus e às medidas de segurança adotadas a fim de evitar a sua disseminação. Ainda é considerada uma situação sem precedentes, mas que consolidou o atual cenário de isolamento social (RICHTER; NASCIMENTO, 2020;SILVA et al, 2020;ZWIEREWICZ et al, 2020). Além de dificultar as interações presenciais sociais, familiares e no trabalho, a pandemia também evidenciou as desigualdades socioeconômicas na educação, evidenciando ainda mais o que já existia na área (PALUDO, 2020;SCALABRIN;MUSSATO, 2020).…”

“…23, n. 2, p. 69-90, 2021, ISSN 1517-848X / ISSN 2446-9874. 74 Com isso, conforme afirmam Saldanha (2021) e Silva et al (2020), foi adotado o Ensino Remoto Emergencial (ERE) como alternativa de curto prazo, configurando-se como ação temporária emergencial em resposta ao distanciamento social então adotado. Contudo, diversos fatores estão ausentes na convivência em sala de aula como: o sentimento de pertencimento, causando solidão; aplicação não plena das práticas pedagógicas, prejudicando a instrução do aluno; indisciplina e o mau uso da autonomia tanto do aluno como do professor.…”

“…Com o passar dos anos, a flexibilização e a precarização se fazem cada vez mais presentes na profissão docente e nas formas de contratação desses profissionais. Com a pandemia, a situação tende a piorar, muitas vezes forçando o professor a aceitar termos de contratação não satisfatórios (SILVA et al, 2020).…”

“…Os estudos de Souza (2015) demonstraram a baixa avaliação relacionada aos benefícios extras, em que o aspecto merece uma atenção maior das instituições, já que possui ligação com a QVT dos trabalhadores em geral. Os benefícios também possuem ligação direta com o contrato de trabalho, tendendo a serem menores ao passo que o contrato é mais flexível ou precário (SILVA et al, 2020) A Jornada de trabalho fora avaliada como satisfatória com tendência para neutro/insatisfatória (52,59) pelos respondentes. Fernandes et al (2012) a jornada de trabalho inevitavelmente afeta a QVT dos professores, pois interfere diretamente no tempo livre deste profissional.…”

“…Abordado por Westley (1979) em sua dimensão política, a segurança do colaborador se manter no emprego melhora sua QVT, não oferecendo o desconforto da incerteza e minimizando preocupações com o futuro na instituição. Moreira (2010) e Souza (2015) afirmam que a segurança de emprego também se relaciona aos diferentes vínculos empregatícios permitidos pela legislação brasileira, corroborado por Gatti (2017), Borges e Cecílio (2018) e Silva et al (2020), que ratificam a precariedade dos contratos e da profissão docente que se acentua ao longo dos anos.…”