Concepções das enfermeiras sobre assistência segura à mulher na gestação e parto

Abstract

Objetivo: descrever as concepções das enfermeiras acerca da assistência segura à mulher durante a gestação e parto. Método: trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, do tipo descritiva, realizado em uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro. Foram entrevistadas enfermeiras atuantes no atendimento pré-natal e na assistência ao parto normal. Utilizou-se a análise de conteúdo temática. Resultados: 11 enfermeiras participaram do estudo. A análise de conteúdo originou duas categorias temáticas, denominadas “Assistência obstétrica segura na concepção das enfermeiras” e “A promoção da segurança da assistência para as enfermeiras”. As enfermeiras consideram que a segurança da assistência obstétrica é obtida por meio do uso de protocolos e normas técnicas preconizadas pelo Ministério da Saúde, buscando proporcionar uma assistência livre de erros e danos, sem intervenções desnecessárias e através de um cuidado humanizado, com profissionais capacitados e infraestrutura apropriada. A promoção da segurança ocorre quando há a prevenção de riscos, a valorização do protagonismo da mulher e o respeito à fisiologia do parto, através de uma assistência individualizada. Conclusão: nas concepções das enfermeiras, a assistência segura à mulher durante a gestação e parto, é quando quanto há um cuidado humanizado e individualizado, sem intervenções desnecessárias, através da adesão às recomendações técnicas, com profissionais capacitados e uma infraestrutura adequada, de forma a minimizar os erros e os danos assistenciais. As enfermeiras destacam a importância de estimular a autonomia da mulher, através de uma equipe acolhedora e capacitada, que forneça as informações e orientações necessárias contribuindo para a segurança da mulher.

Assistência à mulher no parto normal hospitalar na perspectiva da enfermagem: uma revisão integrativa

“…A assistência ao parto desenvolvida por enfermeira favorece o cuidado humanizado por ter um modelo de formação não intervencionista na valorização do agir fisiológico do corpo da mulher. Esse cuidado muda o modelo vigente com redução das taxas de cesariana e proporciona a atuação pautada pelas boas práticas de assistência ao nascimento (Ferreira Junior et al, 2021;Batista et al, 2021;Pontes et al, 2022). Visualizamos na prática do dia a dia profissional repercussões de nascimentos seguros e de qualidade.…”

“…Neste mesmo sentido é necessário o saber clínico para quando necessário ter conhecimento do agir, caso sejam necessárias intervenções de modo justificado. A enfermeira neste processo enfrenta um desafio, pois, o parto está interligado com fatores éticos, sociais, culturais e morais (Gonçalves et al, 2017;Ferreira Junior et al, 2021;Batista et al, 2021;Nascimento et al, 2022).…”

“…A atuação da enfermagem na assistência à mulher, no processo de parturição, atualmente, é considerada como uma possibilidade para a redução da morbimortalidade materna e perinatal. Com essa assistência, poderá diminuir as ações intervencionistas do tipo cesarianas, muitas vezes desnecessárias (Brasil, 2017;Leite et al, 2020;Batista et al, 2021;Pontes et al, 2022).…”

“…Atualmente, o modelo de cuidado utilizado pela enfermagem obstétrica e neonatal, encontra-se pautado na humanização da assistência realizada à mulher e ao RN, tendo como embasamento as políticas públicas de saúde, fazendo uso de tecnologias apropriadas, necessárias e fundamentadas, valorizando a cultura, crenças e modos de vida de cada mulher. Baseada nisso, a enfermagem desempenha papel de grande importância na construção de um panorama mais promissor para atenção ao parto e nascimento do Brasil (OMS, 2019;Batista et al, 2021;Pontes et al, 2022).…”