No seu famoso ensaio «Literatura de dois gumes», publicado em 1966, Antonio Candido resume de maneira instigante a sua visão geral com respeito à literatura colonial: Historicamente a literatura do período colonial foi algo imposto, inevitavelmente imposto, como o resto do equipamento cultural dos portugueses. E este fato nada tem de negativo em si, desde que focalizemos a colonização, não pelo que poderia ter sido, mas pelo que realmente foi como processo de criação do país, com todas as suas misérias e grandezas. (Candido 2006a: 213)