Este artigo é fruto de investigações acerca do que se entende por Renascimento e Humanismo português segundo autores como André (2013), Osório (1976; 1992; 2013), Ramalho (1972; 1985) e Soares (2011; 2014), e qual seu tratamento oferecido pelos livros didáticos do 1º ano do Ensino Médio no Brasil. Longe de serem recortes positivados do tempo em estilos periodizáveis, entendemos, junto com Hansen (1995; 2001; 2006), Kossovitch (1994) e Lachat (2019), estes conceitos como concepções práticas da atividade letrada durante toda a Primeira Modernidade europeia, aqui particularmente a portuguesa e a américo-portuguesa, modus operandi moderno que incide, portanto, nas letras até finais do Setecentos, compreendendo toda a base de leitura literária prevista para o 1º ano do Ensino Médio. Por este motivo, à esteira de Dalvi (2013), Martini (2016) e Rouxel (2013), cumpre pensar o ensino e a leitura como integrativos e concatenadores, em uma sequência que não apenas respeite a integridade simbólica dos textos, mas segundo uma práxis que priorize, no evento da leitura dos alunos e professor, a apreciação retórica ou estética do texto, experienciada simultaneamente à paramentação teórica — atentando à teoria que se engendra no próprio evento da leitura.