NAJAS, M.S. et al. Padrão alimentar de idosos de diferentes estratos socioeconômicos residentes em localidade urbana da região sudeste, Brasil. Rev. Saúde Pública, 28:187 -91,1994. Foram estudados 283 idosos do sexo masculino e feminino pertencentes ao projeto multicêntrico "Identificação de Necessidades dos Idosos Residentes em Zona Urbana do Município de São Paulo", estratificados por nível socioeconômico em três regiões do Município de São Paulo, SP -Brasil. Utilizou-se o método de freqüência de alimentos para se obter o padrão alimentar do grupo analisado. Os resultados indicam que no grupo de alimentos energéticos, mais de 90% dos indivíduos das três regiões ingerem feculentos, arroz, pão e macarrão; porém, apenas o arroz e o pão são utilizados diariamente. Quanto ao grupo de alimentos protéicos, 70% ou mais dos idosos consomem feijão, carne de boi, aves, leite e ovos, entretanto, no consumo diário, existe uma diferenciação entre as regiões analisadas. Dos reguladores, mais de 85% dos indivíduos têm por hábito consumir frutas, verduras folhosas e legumes, mas, ao se avaliar o consumo diário, verificase que a prática é maior na região de melhor nível socioeconômico. As informações dietéticas mostram que os idosos analisados apresentam o mesmo padrão alimentar de outros grupos populacionais no tocante aos alimentos energéticos, porém, diferem quanto aos protéicos e reguladores.Descritores: Nutrição. Idoso. Hábitos dietéticos.
IntroduçãoNo Brasil, em geral, e, mais marcadamente, em algumas regiões do país, o processo de envelhecimento que está ocorrendo é comparável ao dos países desenvolvidos sendo que, nestes, a fase é de estabilização do crescimento da população de idosos, enquanto aqui esta fase está em franca escalada (Ramos e col. 15 , 1987; Veras e col. 19 , 1987). Sabe-se que o processo de envelhecimento coincide com uma redução progressiva dos tecidos ativos do organismo, perda da sua capacidade funcional e modificação das funções metabólicas (Burtis e col. ou indiretamente com a quantidade e qualidade de alimentos consumidos. Outro ponto que deve ser considerado é a utilização crônica de medicamentos, exatamente pela natureza das patologias mais freqüentes, que interferem na ingestão e absorção de alimentos, assim como na utilização biológica