Comida como afeto, conforto e refúgio: entendendo o ato de comer em tempos de pandemia

Abstract

O objetivo deste ensaio é refletir sobre os significados da comida e suas funções em um contexto de distanciamento social. Nosso referencial empírico são as classes médias das grandes cidades brasileiras, em especial do Rio de Janeiro, que com o distanciamento social e a quarentena, passaram a cozinhar muito mais que habitualmente, estabelecendo um novo padrão para as suas refeições. Por outro lado, principalmente por razões econômicas, muitas pessoas começam a encontrar dificuldades em manter sua dieta diária, resultando em insegurança alimentar. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental nos meios de comunicação social, subsidiada por uma revisão bibliográfica e complementada por uma pesquisa no aplicativo WhatsApp. O ensaio divide-se em três partes: na primeira contextualizamos o problema, na segunda apresentamos o referencial teórico e na terceira apresentamos exemplos e depoimentos que nos permitem traçar um panorama desse novo contexto de alimentação em tempos de pandemia de COVID-19. Concluímos que, nesse novo contexto, as pessoas estão mais voltadas para o comfort food, e que o preparo da comida continua sendo uma tarefa majoritariamente feminina, mesmo nos casos em que os homens estão em casa.

Manejo da obesidade: uma revisão narrativa dos tratamentos com foco na cirurgia metabólica

“…Os hábitos alimentares são oriundos de fatores como as condições socioeconômicas, culturais, memórias afetivas, e a palatabilidade. Todas essas características devem ser levadas em consideração para a formulação e aplicação dietoterápica, a fim de reduzir o tecido adiposo, alterar sua composição corporal, e promover saúde (Santos et al, 2020).…”

Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no contexto da gastronomia e da educação alimentar e nutricional

“…Dentre as preparações mais buscadas nessas elaborações em casa as comfort food foram as mais demandadas, possivelmente por envolverem alimentos que trazem alusão ao conforto, seja sensorial ou afetivo, como um bolo que remete ao preparo de uma avó ou uma receita especial do almoço de família aos domingos. Por outro lado, cabe ressaltar que essas mudanças no comportamento alimentar estão associadas ao fator renda, visto que pessoas em condição de vulnerabilidade social vivenciaram uma profunda dificuldade para aquisição dos alimentos, fato que afetou drasticamente seu poder de compra e, por conseguinte, de escolha [29] . Dessa maneira, visando uma investigação plena sobre os impactos da pandemia na contemporaneidade alimentar, torna-se necessário destacar que existem, no território nacional, consideráveis divergências socioeconômicas.…”

Comportamento do Consumidor Durante a Pandemia de COVID-19

“…Enfim, com essa clusterização, traça-se um perfil dos hábitos de consumo alimentar conjuntamente com os diferentes tipos de alimentos demandado pelos entrevistados, evidenciando as similaridades existente entre os indivíduos da amostra. Em consonância com essa demanda, várias cartilhas e notas já estão sendo disponibilizados por entidades como ANVISA (ANVISA, 2020), ABRASEL (Abrasel, 2020b(Abrasel, , 2020aAbrasel et al, 2020), SEBRAE (dos Santos et al, 2020;SEBRAE, 2020), FIEP (FIEP, 2020). Nesses documentos constam explicações, normatizações e recomendações tanto visando a segurança dos serviços de alimentação durante a presente pandemia, quanto indicando ser essa uma preocupação que tende a perdurar para período posterior.…”