“…A alta prevalência de exposição à violência -vivida ou presenciada -em contextos de grande vulnerabilidade, como no caso presente, é bem conhecida na literatura 7,11-14 e constitui condição que autoriza e reitera a adoção da promoção de saúde, enquanto abordagem participativa de determinantes sociais, como estratégia privilegiada de enfrentamento da violência [15][16][17][18][19][20][21][22] . Exatamente, nessa relação se situam os achados mais importantes do presente trabalho, resguardando-se, é claro, os devidos cuidados e as devidas dimensões, especialmente o entendimento de que a abordagem de determinantes sociais implica a atuação sobre macroprocessos, que, por outro lado, depende, de maneira imprescindível -essa é a interface que interessa, no momento -, da atuação dos atores sociais no nível local, como ponto de partida ou elemento obrigatório, pelo menos em se tratando de mudanças efetivas, democráticas e de qualidade, nos moldes que preconizam os principais modelos de promoção de saúde [17][18][19][20][21][22][23][24][25] . Seguindo-se esse raciocínio, destaca-se que duas das análises de correspondência mostraram que a falta de participação em ações coletivas esteve fortemente associada a toda forma de vivência ou convivência com atos violentos e que, reciprocamente, a participação se associou com ausência de violência sexual, ter parente assassinado e conhecer alguém que foi assassinado, o que é corroborado por Ribeiro e Minayo quando apontam que a prevenção, aliada à promoção de saúde, onde se enfatiza não só a vida do indivíduo, mas, também, o território, contribuem para a mudança de hábitos e comportamentos 26 .…”