“…Cultura artística implicaria seleção[...] Temos, é exato, um grupo de amadores que sabem ver e sabem comprar, formando galerias em que o conjuncto não soffre bruseas expressões. O grosso, entretanto, do público das exposições, sempre tão numeroso, está agindo, entretanto, por puro snobismo.206 A São Paulo do início do século XX certamente estava muito distante de ser uma capital cultural e artística de relevância, principalmente se comparada ao o seu principal modelo, Paris.Contudo, notamos um ambiente propício para os novos artistas paulistas, como também à vinda de estrangeiros morando ou visitando a cidade 207 .Como nos mostra Miriam Silva Rossi, o número de exposições na capital paulista também aumentou expressivamente: enquanto entre 1890 e 1910 foram realizadas 77 exposições, incluindo mostras individuais e coletivas, entre 1911 e 1920, em apenas uma década, este número subiu para 244208 , e entre 1920 e 1930 para aproximadamente 360209 . Essa maior frequência do número de exposições veio acompanhada de números significativos de público e compradores, entre seus principais visitantes temos artistas, intelectuais e membros do circuito cultural, político e econômico da época210 .Apesar destes dados, é importante destacar a ausência de espaços especializados em arte até o início do século XX, demonstrando que, muito embora se notasse um aumento expressivo da atividade artística na capital paulista, essa se dava de maneira precária se comparada às exposições das grandes cidades europeias.…”