1999
DOI: 10.1590/s0101-47141999000100005
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Circulação e mediação da obra de arte na Belle Époque paulistana

Abstract: O final do século XIX e o começo do século XX foram marcados, no Ocidente, pela expansão das forças produtivas e pelo progresso material. As conquistas da industrialização, a evolução dos meios de transporte e comunicação, a expansão dos mercados, o aumento populacional acionam a máquina da modernidade. O mundo vive um tempo de euforia e a joie de vivre caracterizaria a vida cotidiana antes da crise que culminou com a Primeira Guerra Mundial.Esse momento de celebração do progresso aportou no Brasil como a mate… Show more

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“…Campofiorito e Levy inscreveram esta produção na chave de seu engajamento às causas libertárias, antiimperiais e alheias à historiografia oficial 217 . A formulação de Valéria Salgueiro expressa no texto A arte de construir a nação218 relativiza as críticas que explicam o ingresso de Parreiras na seara da pintura de história como mero oportunismo de mercado, ao mesmo tempo em que identifica em sua temática o atendimento aos interesses das elites locais estabelecidas na República, a partir dos Institutos Históricos.Nossa intepretação quanto ao sentido expresso nas obras históricas de Parreiras é diversa, pois entendemos que, além de vislumbrar um mercado promissor, Parreiras se viu impelido a participar do momento de reformulação da história nacional através de sua pintura.Fábio Cerdera sugere uma premissa parecida com a nossa 219 , que será, porém, sustentada a partir da análise de elementos formais mobilizados pelos preceitos da semiótica 220 . Para nós, essa apreciação se materializa quando situamos o pintor em seu contexto, junto aos círculos intelectuais e às polêmicas em curso na época.…”
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“…Campofiorito e Levy inscreveram esta produção na chave de seu engajamento às causas libertárias, antiimperiais e alheias à historiografia oficial 217 . A formulação de Valéria Salgueiro expressa no texto A arte de construir a nação218 relativiza as críticas que explicam o ingresso de Parreiras na seara da pintura de história como mero oportunismo de mercado, ao mesmo tempo em que identifica em sua temática o atendimento aos interesses das elites locais estabelecidas na República, a partir dos Institutos Históricos.Nossa intepretação quanto ao sentido expresso nas obras históricas de Parreiras é diversa, pois entendemos que, além de vislumbrar um mercado promissor, Parreiras se viu impelido a participar do momento de reformulação da história nacional através de sua pintura.Fábio Cerdera sugere uma premissa parecida com a nossa 219 , que será, porém, sustentada a partir da análise de elementos formais mobilizados pelos preceitos da semiótica 220 . Para nós, essa apreciação se materializa quando situamos o pintor em seu contexto, junto aos círculos intelectuais e às polêmicas em curso na época.…”
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“…Cultura artística implicaria seleção[...] Temos, é exato, um grupo de amadores que sabem ver e sabem comprar, formando galerias em que o conjuncto não soffre bruseas expressões. O grosso, entretanto, do público das exposições, sempre tão numeroso, está agindo, entretanto, por puro snobismo.206 A São Paulo do início do século XX certamente estava muito distante de ser uma capital cultural e artística de relevância, principalmente se comparada ao o seu principal modelo, Paris.Contudo, notamos um ambiente propício para os novos artistas paulistas, como também à vinda de estrangeiros morando ou visitando a cidade 207 .Como nos mostra Miriam Silva Rossi, o número de exposições na capital paulista também aumentou expressivamente: enquanto entre 1890 e 1910 foram realizadas 77 exposições, incluindo mostras individuais e coletivas, entre 1911 e 1920, em apenas uma década, este número subiu para 244208 , e entre 1920 e 1930 para aproximadamente 360209 . Essa maior frequência do número de exposições veio acompanhada de números significativos de público e compradores, entre seus principais visitantes temos artistas, intelectuais e membros do circuito cultural, político e econômico da época210 .Apesar destes dados, é importante destacar a ausência de espaços especializados em arte até o início do século XX, demonstrando que, muito embora se notasse um aumento expressivo da atividade artística na capital paulista, essa se dava de maneira precária se comparada às exposições das grandes cidades europeias.…”
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