RESUMOA literatura nacional e internacional tem mostrado que a incidência de diabetes mellitus em crianças tem aumentado consideravelmente, e que um cuidado individualizado e fundamentado, a ser fornecido pelos profissionais que compõem a equipe de saúde, é essencial para o alcance das metas do tratamento. Este estudo tem como objetivo oportunizar a reflexão acerca de fatores que facilitam ou não o manejo desta patologia na infância, buscando contribuir para o aprimoramento do trabalho da equipe interdisciplinar, com vistas à melhoria da qualidade de vida das crianças e seus familiares. Foram explorados temas como a parceria da família, a importância do apoio social e da rede social, a valorização da experiência do indivíduo e a interação entre a equipe de saúde, a criança e sua família. Tais elementos podem se constituir em potencialidades ou fragilidades no manejo da doença, e a sua identificação pode ajudar os profissionais da saúde, especialmente os enfermeiros, a elegerem intervenções criativas, que auxiliem a criança e seus familiares no manejo da doença e concorram para o aperfeiçoamento da assistência prestada.
Palavras-chaves:Criança. Diabetes mellitus Tipo 1. Enfermagem. Família. Educação em Saúde.
INTRODUÇÃOA doença crônica na infância pode trazer implicações para o desenvolvimento da criança e das suas relações familiares, entre elas, mudanças nas suas condições físicas, deficiências no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e doença mental, limitando suas atividades diárias (1) . Tem longa duração, podendo não ter cura, deixa sequelas e restringe as funções do indivíduo, exigindo dele força, alterações comportamentais e adaptação. Ademais, requer certo nível de cuidados permanentes e modificações no estilo de vida e no gerenciamento da saúde (2)(3) . A vida da criança altera-se irreversivelmente em virtude do tratamento e das consequências da doença. Nesse processo, ela e sua família vivenciam experiências em várias dimensões e a adequação a estas novas situações ocorre de maneira diferente, de acordo com o ciclo de vida em que a família se encontra, o papel da criança neste núcleo, as repercussões do impacto da doença em cada membro e a sua forma de organização nesse período (4) . Dentre todas as doenças crônicas na infância, o diabetes mellitus tipo 1 é uma das mais comuns, acometendo aproximadamente dois terços de todos os casos de diabetes em crianças. Tem-se observado um aumento da sua incidência em todo o mundo, principalmente entre jovens e crianças e nos países com taxas historicamente altas (5)