O processo de salinização dos solos é definido como o acúmulo de íons solúveis nas camadas agricultáveis acarretando perda de fertilidade e produtividade, sendo responsável pela degradação de milhares de hectares de solos nas regiões secas do ecúmeno terrestre, proporcionando perdas econômicas e socioambientais. O presente artigo tem como objetivo analisar a relação entre o manejo adotado na comunidade Quilombola de Cupira (Pernambuco – Brasil) com o processo de salinização dos solos locais. Para realização deste estudo foram aplicados 14 formulários direcionados a agricultores com intuito de coletar informações sobre as práticas agrícolas adotadas. Além disso, foram coletadas amostras de solos em cada propriedade dos entrevistados para realização de análises químicas para aferição da presença de sais. Os resultados indicam que 71,42% das amostras apresentam problemas de salinização, sendo 57,14% classificadas como solos salino-sódicos, 7,14% sódicos, 7,14% salinos e 28,57% normais. Os fatores que se destacam como incisivos no processo de salinização das terras analisadas são: as práticas de irrigação; uso de fertilizantes e pesticidas; e a falta de orientações quanto ao manejo adequado às características dos solos locais. O manejo aplicado na comunidade Quilombola de Cupira vem auxiliando no desenvolvimento do processo de salinização dos solos, sendo consequência da falta de políticas públicas de apoio ao agricultor.