(Aceito para publicação em 16/10/2006) Autor para correspondência: �átia de Lima Nechet O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é a leguminosa alimentar mais importante das regiões norte e nordeste do Brasil, sendo considerada a principal fonte de proteínas das populações de baixa renda (Freire Filho et al., 2005). Em Roraima, o plantio de feijão-caupi é tradicionalmente conduzido por pequenos produtores, incluindo as comunidades indígenas, em áreas de até 1 ha, mas com perspectivas de expansão da área plantada por grandes produtores como uma cultura de sucessão da soja. Neste caso, deve-se levar em consideração que o feijão-caupi e a soja são hospedeiros de vários patógenos de solo em comum, podendo aumentar a densidade do inóculo nas áreas de plantio.A mela causada pelo fungo Rhizoctonia solani �ühn [teleomorfo Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk] é a principal doença da cultura em Roraima. Em condições de campo, observa-se desfolha de 3 a 80% em linhagens de feijão-caupi de porte ereto (Nechet et al., 2005) e redução de 577 kg.ha -1 na produção do genótipo suscetível (80% desfolha) quando comparado com os genótipos resistentes (3-18%) (Vilarinho et al., 2005).Os principais sintomas da mela são observados nas folhas das plantas. Dois tipos de manchas podem ser identificados: manchas causadas por microescleródios, de formato circular e coloração marrom (Figura 1A) ou manchas causadas pelo micélio do fungo, de formato irregular, inicialmente aquosas, mais claras no centro e delimitadas por uma borda escura (Figura 1B). Com o progresso da doença, observa-se, também, a adesão das folhas da planta pela teia
RESUMOA mela causada pelo fungo Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris) é a principal doença que afeta a cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata) no Estado de Roraima. Este trabalho teve como objetivo caracterizar 28 isolados de Rhizoctonia spp. obtidos de plantas de feijão-caupi com sintoma de mela, coletados em ecossistemas de mata e de cerrado em Roraima. Foram avaliados o número de núcleos, a taxa de crescimento micelial, a formação e o tamanho de microescleródios, o grupo de anastomose e realizado teste de patogenicidade. Um isolado proveniente do cerrado foi identificado como binucleado e os demais isolados, de mata e de cerrado, como multinucleados. A taxa de crescimento micelial, em meio batata-dextrose-agar a 25 ºC e escuro contínuo, variou de 2,1-5,3 cm.dia -1 para os isolados de mata e de 2,7-5,8 cm.dia -1 para os isolados de cerrado. Nestas mesmas condições, após três a quatro dias foi observada a formação de microescleródios. Dois grupos foram diferenciados: um grupo com formação de 10-50 microescleródios.placa -1 , em forma de tufos, inicialmente brancos e tornando-se marrom claro, de 1-2 mm (maioria dos isolados de mata) e outro grupo com mais de 100 microescleródios.placa -1 , de coloração marrom e 68-541 µm (maioria dos isolados de cerrado). Dos 28 isolados coletados, 24 foram identificados como pertencentes ao grupo de anastomose GA1-1A de Rhizoctonia solani.Palav...