Certificação fairtrade na cafeicultura brasileira: análises e perspectivas

Abstract

<p>Este artigo contribui para o processo de tomada de decisão dos stakeholders da cafeicultura certificada fairtrade do Brasil. Faz um posicionamento amplo e atual sobre o cenário da certificação fairtrade na cafeicultura do Brasil. Foi desenvolvido por meio de revisão bibliográfica e entrevistas em instituições ligadas à certificação no Brasil. Seus principais resultados indicam que: i) metade das cooperativas de cafeicultores do Brasil se certificaram entre 2009 e 2015; ii) em poucas cooperativas estão concentrados a maior parte dos cafeicultores e das vendas de café fairtrade do Brasil ; iii) pesquisas científicas brasileiras apontam que a certificação tem contribuído para a melhoria da gestão das propriedades e para a internacionalização dos negócios; iv) literatura internacional indica vantagens, mas também problemas na distribuição dos benefícios e muitos casos onde os impactos da certificação para a cafeicultura foram irrisórios. Ainda não é possível afirmar se a certificação fairtrade está ou não atingindo seus objetivos no contexto agregado da cafeicultura do Brasil.</p>

Portable X-ray fluorescence (pXRF) spectrometry applied to the prediction of chemical attributes in Inceptisols under different land uses

“…Brazil is the largest coffee producer in the world (Alvarenga;Arraes, 2017) and it is estimated that coffee production in 2018 in the country will range from 54 to 58 million bags (60 kg) of benefited coffee (CONAB, 2018). The state of Minas Gerais is the largest producer in the country, producing ~30 million bags in a planted area of 1,243,833 ha (CONAB, 2018).…”

Afinal, Quais Benefícios o Fairtrade traz? Compreendendo a influência da certificação para o desenvolvimento de organizações produtivas

“…Atualmente cerca de 40% do café mundial segue as diretrizes de alguma certificação socioambiental (Alvarenga & Arraes, 2017) como por exemplo a certificação Fairtrade. No Brasil, até 2022, 51 organizações foram certificadas como produtoras de vários produtos de origem vegetal, sendo que destas, 26 (51%) são associações ou cooperativas de produtores de café (Flocert, 2022).…”

“…Para Alvarenga (2017), tal fato pode ser observado em outros locais do mundo e indica que a certificação pode ter vida limitada, devido ao excesso de oferta do café Fairtrade no mercado. Ainda em sua análise, o autor afirma que o mercado para cafés especiais, como a maioria dos cafés Fairtrade, tem crescido em relação aos de cafés convencionais, crescendo aproximadamente 15% ao ano, apontando como um sinal positivo para a certificação.…”

“…Os princípios que norteiam o movimento do comércio justo, se traduzem em normas auditáveis, sendo várias delas voltadas para ações que preservem o meio ambiente e assegurem a sustentabilidade ambiental das atividades. Assim, pode-se assumir que a certificação tem potencial para contribuir com o aumento da renda do produtor, diminuir o poder dos intermediários (atravessadores) no mercado, aumentar o poder de decisões coletivas e assegurar práticas ambientais que diminuam o impacto das ações dos empreendimentos (Alvarenga & Arraes, 2017).…”