Abstract:A produção agrícola está distribuída em ampla parcela do território nacional e sua fronteira continua em expansão. Contudo, o mesmo não ocorre com os mecanismos de reprodução do conhecimento científico. Este artigo tem como objetivo discutir como as descontinuidades entre a produção agrícola e as redes de conhecimento científico criam um tipo particular de centralidade urbana. Para tanto, apoiamo-nos em uma base conceitual de um sistema territorial de inovação agrícola (STIA) para situar o fenômeno urbano no p… Show more
“…Isso permite discutir em que medida as atividades relacionadas à produção de conhecimento mudam com a expansão da fronteira agropecuária. A metodologia foi baseada em Mesquita (2022), que dividiu em duas formas a produção de conhecimento no STIA: uma, baseada na capacidade criativa, que corresponde às regiões bem equipadas cientificamente e com profissionais de maior qualificação que permitem a produção de novos conhecimentos na agricultura; e outra, baseada na capacidade adaptativa, que corresponde a regiões que, embora estejam em menor estágio de instrumentalização técnico-científica, produzem conhecimentos que são centrais no que diz respeito à adaptação dos cultivos às condições edafoclimáticas locais. Com base nessa distinção, levantamos três variáveis que permitem mensurar as regiões que se encontram em cada uma dessas posições na divisão regional do conhecimento.…”
Section: Elementos Para Identificação Da Divisão Regional Do Conhecim...unclassified
Este artigo situa-se dentro de esforços para a caracterização de um sistema territorial de inovação agrícola (STIA) no Brasil. Dentro dessa abordagem, o objetivo é demonstrar a forma como se opera uma divisão regional do conhecimento na produção agropecuária brasileira. Para tanto, nos pautamos no mapeamento do sistema universitário associado às ciências agrárias, na localização de profissionais qualif cados na agropecuária e na capacitação dos proprietários rurais. Apoiamo-nos em uma base conceitual para compreensão da divisão regional do conhecimento como um processo hierárquico em contínua transformação e dependente das condições de reprodução da vida social. Os resultados chamam a atenção para um processo de concentração espacial que opera em simultâneo à extensão territorial da agropecuária.
“…Isso permite discutir em que medida as atividades relacionadas à produção de conhecimento mudam com a expansão da fronteira agropecuária. A metodologia foi baseada em Mesquita (2022), que dividiu em duas formas a produção de conhecimento no STIA: uma, baseada na capacidade criativa, que corresponde às regiões bem equipadas cientificamente e com profissionais de maior qualificação que permitem a produção de novos conhecimentos na agricultura; e outra, baseada na capacidade adaptativa, que corresponde a regiões que, embora estejam em menor estágio de instrumentalização técnico-científica, produzem conhecimentos que são centrais no que diz respeito à adaptação dos cultivos às condições edafoclimáticas locais. Com base nessa distinção, levantamos três variáveis que permitem mensurar as regiões que se encontram em cada uma dessas posições na divisão regional do conhecimento.…”
Section: Elementos Para Identificação Da Divisão Regional Do Conhecim...unclassified
Este artigo situa-se dentro de esforços para a caracterização de um sistema territorial de inovação agrícola (STIA) no Brasil. Dentro dessa abordagem, o objetivo é demonstrar a forma como se opera uma divisão regional do conhecimento na produção agropecuária brasileira. Para tanto, nos pautamos no mapeamento do sistema universitário associado às ciências agrárias, na localização de profissionais qualif cados na agropecuária e na capacitação dos proprietários rurais. Apoiamo-nos em uma base conceitual para compreensão da divisão regional do conhecimento como um processo hierárquico em contínua transformação e dependente das condições de reprodução da vida social. Os resultados chamam a atenção para um processo de concentração espacial que opera em simultâneo à extensão territorial da agropecuária.
“…O estudo faz parte de um esforço de pesquisa que pretende investigar a centralidade urbana em termos de produção de conhecimento científico voltado para a atividade agrícola 3 no Brasil. Em Mesquita (2022), fizemos uma proposta para identificar os municípios com maior hierarquia em relação ao conhecimento produzido na área de Ciências Agrárias, em que destacamos Viçosa (MG), Lavras (MG), Piracicaba (SP), São Paulo (SP) e Brasília (DF) como os principais centros. No presente artigo, a ideia é explorar a zona de influência 4 de Lavras e Viçosa, onde estão localizadas a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), dois centros de referência para as Ciências Agrárias.…”
unclassified
“…no argumento de que, quando se trata da geração de conhecimento agrícola, esses núcleos podem assumir centralidades semelhantes às das metrópoles (MESQUITA, 2022).…”
unclassified
“…A densidade técnica, científica e informacional dos espaços metropolitanos proporciona vantagens, como a escala para a aquisição de instrumentos científicos e laboratórios que aperfeiçoam os meios de gerar conhecimento (SANTOS, 2014b) e o impulso a capacidades criativas pelo intercâmbio de informações (FERNANDES, 2016;JACOBS, 1969). Contudo, no caso do conhecimento agrícola, os espaços urbanos não metropolitanos dividem a centralidade com as metrópoles (MESQUITA, 2022). A produção científica na agricultura depende de uma contínua articulação entre pesquisa e natureza, tendo por fim o levantamento de dados e informações que indiquem o tipo de manejo e os cultivares que melhor respondem a determinadas condições de solo, clima e topografia (ANDERSEN;MARÍN;SIMENSEN, 2018).…”
O conhecimento é um ativo estratégico para o capitalismo moderno, o que faz com que núcleos urbanos que dominam a produção científica assumam uma função de comando nas interações entre cidades. Utilizamos essa ideia para pensar a organização espacial do crescimento da agricultura do país. Nosso objetivo é analisar a zona de influência no território nacional de centros que são reconhecidos como referências nas ciências agrárias. Para isso, estudamos os casos de Lavras e Viçosa, onde estão localizadas a UFLA e a UFV. Nossas considerações são feitas com base em uma discussão teórica que visa captar o processo inovativo na agricultura por meio da proposta de um sistema territorial de inovação agrícola (STIA) e de uma metodologia pautada no uso de dados da Scopus e do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq para identificar as parcerias da UFLA e da UFV com outras universidade e centros de pesquisa, bem como, com empresas. O estudo almeja uma contribuição que valorize a centralidade e a zona de influência a partir da capacidade dos centros urbanos em produzir um conhecimento estratégico para o crescimento e dispersão de uma agricultura científica.
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