RESUMOIntrodução: A terapia antirretroviral precoce e a adesão ao tratamento são as estratégias mais importantes para a saúde pública no controle da infecção pelo HIV. Objetivo: Avaliar a tendência da cascata de cuidado contínuo da infecção por HIV segundo gênero no estado do Tocantins no período de 2009 a 2018. Métodos: Estudo ecológico de série temporal baseado em dados epidemiológicos de HIV oriundos do Ministério da Saúde. A análise de tendência incluiu modelos de regressão de Poisson por pontos de inflexão. Resultados: No período de 10 anos, houve 1.647 casos registrados de HIV e 2.051 casos de AIDS residentes no estado do Tocantins. A média da prevalência de diagnóstico tardio no gênero masculino foi superior (35,8%) quando comparada à feminina. Os homens tiveram uma tendência estatisticamente crescente quanto ao diagnóstico tardio (APC= 12,6; IC95% 7,(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17)8) entre 2009 e 2018. No mesmo período, a tendência crescente do diagnóstico tardio pela contagem do primeiro CD4 realizado no ano foi quase três vezes mais em homens que em mulheres (APC= 13,5; IC95% 11,3 a 15,7). O tempo mediano entre a solicitação do primeiro CD4 realizado e o início da TARV teve uma queda significativa entre as mulheres (AAPC= -47,9; IC95% -58,2 a -35,2). Mesmo não tendo aumento significativo de início oportuno da TARV entre gêneros, as mulheres realizaram mais o diagnóstico precoce (APC=189,9-6,1 a 15,6). Conclusão: A tendência do acesso ao diagnóstico para mulheres foi maior, mas a vinculação e retenção nos serviços, a retenção em terapia e a supressão viral apresentaram tendência de queda em relação aos homens.