Quase nenhum trabalho se faz sozinha, e este aqui não é nenhuma exceção. Por mais que a dissertação se faça sentir como um caminho solitárioàs vezes até um tanto desoladoro escrever desta nota demonstra que a sensação corresponde pouco à realidade. São muitas as colaborações: algumas, trocas de ideias e discussões acadêmicas, e outras, muitas outras, demonstrações de apoio e carinho, na lembrança frequente e necessária de que eu não ando só. Não consigo estabelecer hierarquias entre umas e outras, portanto, reúno todas nesta nota, que não nega as afetividades envolvidas no trabalho.Caminhar com a minha família é uma alegria à parte: obrigada por me oferecerem, silenciosa e pacientemente, todo o apoio de que eu precisava.
RESUMOO presente trabalho parte do questionamento sobre as formas de gestão construídas pelo poder público municipal em relação ao trabalho de rua, na cidade de Salvador do início do século XX. Adota-se conceito de trabalho de rua como aquele realizado no espaço público, de forma prioritariamente autônoma, centrado no comércio e no carregamento de volumes, fortemente conectado à escravidão urbana, tendo como protagonistas a população negra e pobre. Utiliza-se, enquanto ferramentas de análise, o referencial teórico da gestão dos ilegalismos e os estudos sobre governamentalidade de Foucault, além da noção de branqueamento, como forma de aproximar-se da realidade periférica do Brasil e da Bahia. A pesquisa se propõe qualitativa e documental, tomando como fontes documentos públicos enunciados pelo poder municipal, tanto de caráter jurídico (legislação) quanto de circulação interna à administração (relatórios e pareceres).Palavras-chave: gestão dos ilegalismos; trabalho de rua; espaço urbano; branqueamento.