ResumoO envelhecimento populacional tornou-se um fenômeno global. O aumento na expectativa de vida ocorreu em ambos os sexos, no entanto, o aumento mais expressivo ocorreu na população feminina. Isto significa que, gradativamente, um maior número de mulheres estará vivendo mais tempo no período pós-menopáusico, o qual já corresponde a um terço de suas vidas. Outro fenômeno que acompanha o da longevidade é o da prevalência da obesidade, que tem aumentado dramaticamente nas últimas décadas. A Organização Mundial da Saúde estima para 2015 uma prevalência de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões com obesidade. Sabemos que desde o início do período de transição da fase fértil para a não reprodutiva, denominado climatério, há uma predisposição das mulheres para o ganho de peso, e devido à deficiência estrogênica, o padrão de deposição de gordura torna-se fenotipicamente mais semelhante ao do homem, assumindo um padrão androide, ou seja, com predomínio de acúmulo na região abdominal. O excesso de gordura visceral está associado ao desenvolvimento de doenças metabólicas, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias e aumento do risco de eventos cardiovasculares. Embora existam controvérsias, evidências suportam que a terapia hormonal da menopausa (THM) possa amenizar este quadro. A THM não está associada com aumento de peso ou aumento da adiposidade corporal, ao contrário, parece desempenhar um papel metabólico protetor, impedindo ou diminuindo a remodelação do tecido adiposo do padrão ginecoide para o androide. Nosso objetivo é discutir as alterações corporais sofridas pelas mulheres no período do climatério, principalmente com relação ao peso e distribuição da gordura corporal, além de abordar os possíveis efeitos da THM neste contexto.
AbstractPopulation aging has become a global phenomenon. The increase in life expectancy occurs in both genders, however, the most significant growth occurred in the female population. This means that an increasingly large number of women will live longer in post-menopausal state, which is already equivalent to one third of their lives. Another phenomenon that accompanies longevity is the escalating prevalence of obesity, which has increased dramatically in recent decades. The World Health Organization estimates for 2015 a prevalence of 2.3 billion overweight adults and more than 700 million obese. We know that in the transition from the fertile phase for the non-reproductive phase, denominated perimenopause, women start already predisposed to weight gain and, due to estrogen deficiency, the pattern of fat deposition becomes more phenotypically similar to men's, assuming an android pattern, in other words, with predominant accumulation in the abdominal region. The excess of visceral fat is associated with the development of metabolic diseases such as diabetes mellitus, hypertension, dyslipidemia and increased risk of cardiovascular events. Although there are controversies, some evidence supports that menopausal hormone therapy (MHT) c...