O setor da construção civil é um dos maiores consumidores de recursos naturais. Enquanto isso, o arranjo produtivo local (APL) do agreste pernambucano é o segundo maior polo têxtil do Brasil, atuando na produção, confecção e comercialização de peças. As lavanderias geram resíduos como o lodo têxtil, caracterizado por sua propriedade semissólida, com potencial poluidor capaz de comprometer a qualidade do solo, os recursos hídricos e o ar. O lodo têxtil foi incorporado em teores de 10%, 20% e 25% em substituição ao agregado miúdo, em traço de 1:2:9 para argamassas de revestimento, visando estudar o comportamento mecânico e as propriedades físicas dos compósitos. Foram realizados ensaios de composição granulométrica, massa unitária e massa específica do resíduo e da areia. Para as argamassas, foram executados ensaios de consistência, absorção de água por capilaridade, resistência à compressão e à tração na flexão. Embora a areia e o lodo tratado tenham apresentado curvas granulométricas diferentes, ambas se encontram dentro da zona utilizável para agregado miúdo. O lodo teve massa unitária e massa específica 55,11% e 39,33% inferiores em relação às da areia. Avaliando a resistência mecânica dos corpos de prova, a argamassa com 10% de incorporação de lodo apresentou o maior valor para compressão e à tração na flexão, comparado às demais. Nos resultados de absorção de água e do coeficiente de capilaridade, o resíduo foi capaz de preencher de maneira eficaz os poros da mistura. Foi possível classificar as argamassas estudadas com as designações R1, P3 e C1.