Todos os anos, no Brasil, ocorrem cerca de cem mil acidentes por animais peçonhentos, resultando em aproximadamente de duzentos e vinte óbitos. Os principais animais envolvidos são escorpiões, aranhas, abelhas, vespas e serpentes. A frequência é determinada por diferentes fatores como temperatura, umidade, pluviosidade, desequilíbrio ecológico, expansão das áreas urbanas e agrícolas. As crianças são mais vulneráveis devido à inerente curiosidade, somado ao desconhecimento do risco e a condição do sistema imunológico, ainda em formação, o que potencializa a gravidade. Este estudo objetivou analisar o perfil epidemiológico dos acidentes pediátricos por animais peçonhentos, no município de Chapecó, SC, entre 2014 a 2018. Trata-se de um estudo retrospectivo de análise dos acidentes por animais peçonhentos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação na Vigilância Epidemiológica. Das 489 notificações registradas, as aranhas causaram 24,34%. Em 2014 contabilizou-se 177 casos, aproximadamente um caso a cada dois dias, o ano de maior incidência. Os meses de Janeiro e Fevereiro tiveram maior significância por número total de notificações. As extremidades dos membros foram os locais mais atingidos. O sexo masculino foi o mais acometido (55%). A maior frequência se sucedeu nas zonas urbanas (79,8%). Não houve óbitos. O município de Chapecó revela elevada incidência de acidentes por animais peçonhentos, mostrando a necessidade de se estabelecer serviços e campanhas sobre o risco, em especial nos meses com temperaturas mais elevadas. Com ênfase na realidade local, é importante que a população seja alertada e que sejam adotadas precauções, especialmente com crianças.