Caracterização da síndrome de burnout em enfermeiros em municípios do interior do Estado da Paraíba – Brasil

Abstract

Objetivos: Caracterizar a síndrome de burnout (SB) em enfermeiros em cinco municípios do alto sertão do Estado da Paraíba, Brasil. Métodos: Estudo descritivo, transversal, de caráter prospectivo, realizado em enfermeiros nos municípios de Uiraúna, Poço de José de Moura, Poço Dantas, Joca Claudino e Bernardino Batista, entre abril e dezembro de 2018, baseado na aplicação de um questionário com informações sócio-organizacionais (Copenhagen Burnout Inventory), do qual foram obtidas as frequências relativa e absoluta, média, mediana, desvio padrão, desvio padrão relativo e associações entre as variáveis. Resultados: As dimensões burnout pessoal (51,4%) e burnout relacionado ao paciente (60,0%) apresentaram um nível moderado e burnout relacionado ao trabalho (48,6%) um nível baixo. As variáveis idade, tempo de trabalho e vínculo empregatício apresentaram associação com burnout pessoal, relacionadas ao paciente e ao trabalho respectivamente. Conclusão: Os níveis de burnout moderados encontrados (nos domínios pessoal e relacionado ao paciente) devem gerar um alerta por parte dos gestores das instituições para fins de prevenção de agravos na saúde desses trabalhadores. A associação do burnout entre as variáveis idade, tempo de trabalho e vínculo empregatício indicam que essas variáveis estão envolvidas no desenvolvimento da SB em enfermeiros.

Síndrome de Burnout em profissionais de saúde da linha de frente contra a Covid-19

“…Dado corroborado por estudo de Roseno et al, (2020), em que revelou que o sexo feminino apresentou incidência de 77,1%, em decorrência não só de seus cuidados no meio laboral, mas também no âmbito pessoal. No presente estudo verificou-se que 80,8% das pessoas com SB não possui relação conjugal o que pode acarretar um aumento na sintomatologia da SB pois segundo Roseno et al, (2020) e estas pessoas não têm com quem dividir os problemas de vida. Além disso, os profissionais vivenciaram sentimentos de apoio inadequados, por parte da instituição de trabalho, população, mídia e familiares, o que causou decepção e desvalorização própria do profissional .…”

“…Dentre as profissões da saúde, a enfermagem é a que mais sofre por SB pois lida diretamente com o paciente e familiares, além de prestar assistência direta ao enfermo. A equipe de enfermagem encontra-se expostos aos riscos físicos, químicos e biológicos, o que faz com que o estresse na profissão seja desgastante, precisando assim de ações que visam seu bem estar físico, psíquico e social (Roseno et al, 2020).…”

Efeito da auriculoterapia sobre os níveis de cortisol em enfermeiras com Síndrome de Burnout

“…Nesse caso, as enfermeiras tornam-se humanamente propensas a desenvolverem quadros de estresse, deixando a assistência básica ainda mais precária pela incapacidade de praticar o acolhimento, a atenção e o cuidado integral do SUS. Essas condições degradantes favorecem ao estresse ocupacional e a SB entre os profissionais de Enfermagem (Roseno, Cavalcanti & Freire, 2020).…”

“…Dentre os profissionais de saúde, a Enfermagem apresenta uma das maiores taxas de SB. Estudos realizados nordeste do país, apresentam prevalência em profissionais de enfermagem de 18,3% na Bahia e de 48,6% no Alto Sertão da Paraíba (Roseno, Cavalcanti & Freire, 2020). Em pesquisa realizada com enfermeiras que trabalham na APS no Rio Grande do Norte, verificou-se 2,8% de prevalência de SB grave, 6,6% em estágio moderado e 85,3% em estágio leve.…”

Síndrome de Burnout em enfermeiros trabalhadores de um hospital público de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil

“…A problemática inerente às condições de trabalho na prática da enfermagem tem sido evidenciada e discutida há bastante tempo 39 . A incidência da SB em profissionais da enfermagem emerge como consequência do somatório de diversos fatores, como a modalidade de trabalho desempenhada pelo enfermeiro, o ambiente laboral em si (envolvendo a estrutura por vezes precária e também questões institucionais), a relação com colegas e com chefes e a carga horária elevada 40,41 , que interfere no descanso requerido para uma boa prática profissional e resulta em um estado de estresse que se reflete na vida pessoal do trabalhador. A carga horária trabalhada é particularmente importante, visto estar diretamente associada com os índices de burnout pessoal, refletindo um estado da alteração comportamental dos enfermeiros.…”