A descentralização, onde o poder público atua em sinergia com as comunidades locais, é apontada como uma forma adequada à conservação e à sustentabilidade dos recursos florestais nativos. Assim, este trabalho discute como a gestão florestal descentralizada pode ser decisiva para o manejo florestal sustentável em face da realidade socioambiental da Caatinga no nordeste brasileiro. Baseados no método dedutivo, realizamos a análise exploratória de artigos, revistas, dados geográficos, ambientais e da distribuição fundiária abrigados em bases científicas e institucionais. A abordagem de perfis básicos do contexto fundiário, socioambiental e da atuação pública, em relação à descentralização da gestão florestal na Caatinga, proporcionou a proposição de um modelo de gestão visando a melhor conservação e sustentabilidade. Constatamos que, em um contexto fundiário onde predominam pequenas propriedades rurais, a gestão florestal tem de superar a descentralização administrativa formal, porque ações conjuntas entre poder público e as comunidades são necessárias à conservação e à sustentabilidade. É necessário incluir os recursos florestais como fator de conservação e de geração de renda, incluindo os usos florestais socialmente difundidos, como os sistemas silvipastoris e a inserção de áreas subaproveitadas e degradadas na produção florestal.