Caracteres importantes na identificação de espécies de Ludwigia (Onagraceae) ocorrentes no Recôncavo da Bahia, Brasil

Abstract

Resumo Na flora aquática do Brasil, o gênero Ludwigia apresenta ca. 48 espécies. A maioria das espécies de Ludwigia é anfíbia, apresentando uma grande plasticidade fenotípica, o que torna sua identificação complexa. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento taxonômico e analisar caracteres diagnósticos na delimitação das espécies de Ludwigia ocorrentes no Recôncavo da Bahia. As coletas foram feitas de 2013 a 2016. Foram realizadas análises morfológicas, com ênfase nos frutos e sementes de materiais coletados e exsicatas de acervos de herbários da Bahia. Foram encontradas cinco espécies para o Recôncavo da Bahia: L. erecta, L. hyssopifolia, L. leptocarpa, L. octovalvis e L. peploides, sendo apresentada uma chave de identificação, além de descrições, fotos e comentários taxonômicos sobre as espécies. Os caracteres diagnósticos avaliados como mais relevantes neste estudo foram: forma e inserção dos óvulos nos lóculos, forma, dimensão e coloração das sementes e características do endocarpo e da rafe.

Levantamento Florístico da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa da Maraponga, Fortaleza, Ceará, Brasil

“…P.H. Raven pertencentes a família Onagraceae tem uma distribuição predominantemente tropical pela América, África e Ásia, possuindo espécies majoritariamente de caráter anfíbia que habitam solos úmidos ou brejosos (Sousa, Vieira, Costa, & Aona, 2019). A naturalização de espécies exóticas pode resultar no fenômeno da bioinvasão, onde o equilíbrio ambiental é impossibilitado pelo aumento da distribuição de determinadas espécies que produzem em excesso populações reprodutoras numerosas que ameaçam habitats e ecossistemas nativos (Santos & Calafate, 2018).…”

Flora da Bahia: Onagraceae

“…Apresenta semelhanças com L. erecta e L. octovalvis, principalmente após herborização. Entretanto, L. erecta produz frutos 4angulares, oblongoides, não alados (Figura 1I) e sementes elipsoides, não envolvidas pelo endocarpo (Figura 1J), enquanto L. octovalvis produz frutos cilíndricos a subcilíndricos (Figura 1Y) e sementes globosas, não envolvidas pelo endocarpo (Figura 1Z), também descritas em Sousa et al (2019).…”

“…No Brasil, apresenta ocorrência nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, nos estados de Alagoas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Zeferino et al 2020) e na Bahia (Sousa et al 2019). B7, C9, D7, D8, D10, E6, E8, E9, F4, F6, F7, G5 e G8: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (Figura 13), em regiões semiáridas, em formações florestais, savânica e de restinga, associadas a matas ciliares, nas margens e leito de ambientes aquáticos permanentes ou temporários, limpos a moderadamente antropizados, em brejos, lagos, rios, riachos e cachoeiras, em solos arenosos, siltosos e argilosos.…”

“…Possui corola amarela, 5-mera (Figura 4C) e frutos subcilíndricos, verdes a verde-avermelhados (Figura 1AA), marcados pelas divisões internas das sementes envolvidas totalmente pelo endocarpo obliquo-truncado, lenhoso e resistente (Figura 1BB). Esta espécie apresentou maior propagação vegetativa nos períodos chuvosos e, frequentemente, com maior produção de frutos quando se inicia a escassez de água (Sousa et al 2019 3G, H).…”

“…Ludwigia octovalvis se destaca das demais espécies da Bahia pelas sementes globosas, com rafe expandida, sem camada corticosa exposta. Apresenta folhas linearlanceoladas a lineares com face adaxial glabra e abaxial glabrescente ou glabra (Figura 4A) sobre solos arenosos e folhas oblongas, oval-lanceoladas ou lanceoladas com face adaxial glabrescente e abaxial pilosa a pubescente (Figura 4B) sobre solos argilosos e siltosos (Sousa et al 2019).…”