1Introdução O empreendedorismo é um campo de pesquisa emergente que tem recebido muita atenção ao longo das últimas décadas. No entanto, há uma variedade de olhares sobre o que constitui precisamente o empreendedorismo e, em muitos casos, terá sido relacionado com o capital humano (FONTENELE;MOURA;LEOCADIO, 2011); com a ótica da criação e funcionamento de um negócio (GEM BARSIL, 2016); com a inovação (SCHUMPETER, 1961, SARKAR, 2010; com desenvolvimento do empreendedorismo social (YUNUS, 2010). Uma definição mais abrangente foi oferecida por Hitt et al. (2011) ao argumentarem que o empreendedorismo não envolve somente os processos de avaliação, descoberta e exploração de oportunidades, mas também o conjunto de indivíduos que descobrem, avaliam e exploram essas oportunidades.Nessa lógica abrangente do empreendedorismo, a literatura reconhece claramente os benefícios do empreendedorismo para o crescimento e desenvolvimento econômico regional. Almeida, Valadares e Sediyama (2017) destacam que o empreendedorismo, seja por inovação ou por promoção de novos negócios, seja por necessidade ou oportunidade, por si só não é um fator de crescimento econômico, ele é um fator complementar aos outros fatores determinantes. Todavia, este estudo permitiu verificar que ele está entre os principais fatores responsáveis pelo aumento da renda. No entanto, essa visão está mais apoiada em bases teóricas do que em análises empíricas, e uma das maiores dificuldades para fazer uma análise empírica da relação entre empreendedorismo e o desenvolvimento econômico de países e regiões é a obtenção de medidas e indicadores adequados. A produção de dados sistemáticos sobre ambiente empreendedor no Brasil, e o acesso a informações confiáveis, principalmente a nível local, segundo a Endeavor Brasil (2016) é um dos maiores desafios para realizar estudos dessa natureza.A ausência de indicadores de empreendedorismo validados, relevantes e comparáveis, na perspectiva de Borges Junior, Andreassi e Nassif (2017) pode dificultar o avanço das pesquisas em empreendedorismo e a formulação e avaliação de políticas públicas de apoio ao empreendedorismo. Ahmad et al. (2007), considera os indicadores de empreendedorismo como necessários e importantes para governos, em todas as esferas administrativas, uma vez que podem contribuir com informações privilegiadas que permitem identificar as condições atuais de determinada região e orientar a formulação de novas políticas, e também para analisar os resultados das políticas adotadas, ao evidenciar se elas resultam em mais empreendedorismo e em impactos econômicos e sociais No longo prazo, as políticas de estímulo ao empreendedorismo provêm o desenvolvimento econômico da região, e a partir do momento em que se identificam quais são as melhores cidades, estados ou países para se empreender, Grin et al. (2012) diz-nos que é possível, também, apontar quais os caminhos que seus gestores podem seguir para melhorar o ecossistema empreendedor. Para uma empresa, manter-se viva é complicado e crescer é ainda mais desafiador e...